PR8 – Rota do Ouro Negro em Fuste - Moldes - Arouca 1
"A capela de Santa Catarina de Fuste ou o lugar de Rio de Frades são as duas possibilidades de entrar na «Rota do Ouro Negro». Ao longo da rota que tem como centro as minas de volfrâmio de Rio de Frades, amplamente exploradas pelos alemães, durante a II Guerra Mundial, acompanham-nos as águas das ribeiras da Pena Amarela e da Covela, sítios de excelência para a prática de canyoning. Para além da aldeia de Rio de Frades, o Pedrógão merece uma paragem para retemperar forças." 1
PR8 – Rota do Ouro Negro em Fuste - Moldes - Arouca - Início junto da Capela de Santa Catarina
Em muitos locais de Arouca, no meio das serras vêem-se nos trilhos de montanha, marcas da passagem dos séculos, nos socalcos efetuadas na rocha pelos rodados dos carros, puxados por animais. Aqui é possível ver que a passagem do tempo entre o passado e o futuro ainda se está a fazer pelas ruínas do casario de pedras.
Iniciamos o mesmo junto à capela de Santa Catarina em Fuste. Pusemo-nos ao caminho pelo trilho já mencionado seguindo as placas. No entanto demos duas voltas à aldeia, porque há uma indicação pintada numa pedra que desbotou com o tempo e que nos passou despercebida e não viramos à direita como deveríamos.
Avaliação do PR8 – Rota do Ouro Negro em Fuste
De uma forma geral este trilho está bem assinalado, claro que passamos em zonas onde se nota a destruição provocada por antigos incêndios, mas os poucos habitantes ainda estão por lá, bem como os seus campos e animais.
Embora o panfleto oficial informe que o seu grau de dificuldade é médio/baixo, há pontos difíceis e até perigosos. Num local onde se pode observar a Cascata da Ribeira de Covela, tem até um arame para as pessoas se segurarem. No acesso à mesma podemos observar vários locais na serra, onde era extraído o minério de forma clandestina deixando os buracos coloridos na roxa para memória futura.
Neste percurso como podem ver pelas fotos fomos acompanhados por um pequeno cão, a sua história pode ser lida noutro artigo que fizemos.
Em Rio de Frades uma jovem confidenciou-nos que lá não tem internet e a rede de telemóvel só existe em certos locais para uma operadora. Também vimos e fotografamos uma ponte em Rio de Frades, que deixa muito a desejar em termos de segurança.
Este percurso é para ser feito de forma linear, para não termos de voltar pelo mesmo caminho no regresso apanhamos boleia duma senhora que estava a descarregar lenha em Rio de Frades e que nos deixou junto ao acesso ao campo de futebol em Quelhas – Ponte de Telhe – Moldes - Arouca. Aqui para não se perder poderá ser necessário ter um sistema de navegação GPS, como o do aplicativo para telemóvel Google Maps. Depois do campo de futebol, encontramos um casal de namorados que também estava a fazer o trilho e que nos fez companhia. Mas na dúvida regresse pelo mesmo caminho de forma linear.
Ficha ténica do PR8 – Rota do Ouro Negro em Fuste:
- Partida: Fuste – freguesia de Moldes;
- Chegada: Rio de Frades – freguesia de Cabreiros;
- Tipo de Percurso: Pequena rota por trilhos de montanha;
- Distância a percorrer: 6 000 metros (para cada lado);
- Duração do percurso: 2.30 horas (para cada lado);
- Nível de dificuldade: Médio/baixo;
- Desníveis: Pouco acentuados;
- Altitudes: Fuste (590m) > Pedrogão (500m) > Minas Pena Amarela (450m) > Cumeada das Minas de Sobreira (550m) > Rio de Frades (350m)
- Época aconselhável: Todo o ano;
- Conselhos: Por vezes o estreito trilho passa junto a ravinas muito profundas sendo necessário muito cuidado, apesar das encostas terem vergas metálicas para se segurar, mas o melhor é não confiar totalmente nelas.
Pontos de interesse do PR8 – Rota do Ouro Negro em Fuste:
- Capela de Santa Catarina – Fuste;
- Casas em granito em Fuste;
- Rocha em forma de “casca de cebola” – Fuste;
- Uma casa construída aproveitando a lateral de um penedo;
- Cascata da Ribeira de Covela;
- Minas da Pena Amarela;
- O rio de Frades que nasce na serra da Freita, Arouca a 1097 metros de altitude e desagua na margem esquerda do rio Paiva.
- Minas de volfrâmio de Rio de Frades. Do subsolo deste local e das montanhas circundantes foram extraídos e exportadas toneladas de volfrâmio, sobretudo para as forças do eixo, as quais serviram para o fabrico de material bélico, utilizado em grande parte, na II Guerra Mundial, período durante o qual as minas estiveram concessionadas a empresários Alemães que faziam a sua exploração;
- Geossítios: G15 - Minas da Pena Amarela;
- Aldeia de Rio de Frades;
- Vias de Canyoning da Ribeira da Pena Amarela.
O casal de caminhantes que encontramos no PR8 – Rota do Ouro Negro em Fuste
O casal era composto por Joana Santos, com 24 anos de idade, residente em Arrifana, a sua área profissional é o marketing, mas neste momento não está a exercer. Apesar de estar a trabalhar fora da sua área de estética, disse também gostar. Aprecia a natureza e faz estes percursos porque gosta de desporto, estar no meio da natureza e também por ser escuteira.
Disse estar a gostat muito deste percurso e incentivou o namorado a fazê-lo, porque habitualmente fazem mais percurso à beira-mar. O rapaz chama-se Tiago Leite, com 28 anos de idade, residente em Pindelo – Oliveira de Azeméis. Tem uma licenciatura em marketing e foi sincero nos motivos que o levaram a fazer a caminhada. O mesmo está de dieta e o ar e exercício fazem-lhe bem, juntando o útil ao agradável. Gostou do percurso embora o ache muito cansativo e que tem alguns pontos mal sinalizados e que deverá ser mais divulgado.
Durante o percurso podemos observar ainda os efeitos dos incêndios de 2016 e a extração de madeira. A natureza tem o poder de regeneração, leva o seu tempo, mas se os nossos responsáveis pela coisa pública quiserem estes problemas podem ser minorados, se existir vontade genuína.
Caminhe no distrito de Aveiro e pedale de bicicleta pelo norte de Portugal
O distrito de Aveiro tem dezenas de caminhadas e percursos pedestres muito bonitos, na serra, junto do mar, ria e rios, que pode aproveitar para os conhecer. No norte de Portugal há muitas ciclovias, ecovias e ecopistas que se pode percorrer, a caminhar ou de bicicleta, muitas delas por antigas linhas ferroviárias, agora convertidas em pista para as pessoas passearem.
Créditos e Fontes pesquisadas
Texto: Ondas da Serra com exceção do que está em itálico e devidamente referenciado.
Fotos: Ondas da Serra.
1 - Arouca Geopark, aroucageopark.pt;
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