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Murtosa (8)

Murtosa

MURTOSA. CORAÇÃO DA RIA, PÁTRIA DO MOLICEIRO - Situado no coração afetivo e geográfico da Ria de Aveiro, numa área de grande riqueza paisagística e ambiental, o Município da Murtosa possui uma ancestral relação com a água, bem patente naquelas que foram, e continuam a ser, as principais atividades económicas do concelho: a Agricultura e a Pesca.

Expoente máximo desta relação anfíbia é o barco moliceiro, provavelmente a mais bela embarcação do mundo, que tem na Murtosa a sua pátria. Passear tranquilamente, em Ria aberta, num moliceiro tradicional, à vela, guiado por gentes que conhecem a laguna como a palma das suas mãos é uma experiência marcante e inesquecível. Aqui encontramos a maior densidade de cais e ancoradouros da Ria de Aveiro, testemunhos de um tempo em que a laguna era a verdadeira via de comunicação entre os territórios ribeirinhos e a Murtosa era um dos principais entrepostos comerciais da região.

Num concelho com mais de 82% do território inserido na zona de proteção especial da Ria de Aveiro, aqui a biodiversidade lagunar mostra-se, em cada recanto, em todo o seu esplendor, tornando-o numa verdadeira meca para os observadores de aves. Estamos no Município mais plano de Portugal e, como tal, o convite é irresistível: deixar o carro para trás e percorrer, a pé ou de bicicleta, os belíssimos trilhos que, ao longo de dezenas de quilómetros, bordejam a Ria e atravessam a imensidão dos campos agrícolas. E nem precisa de trazer a sua bicicleta: o Município disponibiliza-as gratuitamente nos centros de educação ambiental, nos postos de turismos e nas unidades hoteleiras.

Entre a Ria e o Mar, a Murtosa oferece uma panóplia de zonas balneares de reconhecida qualidade, com bandeira azul, da praia oceânica da Torreira, com o seu extenso areal, onde ainda se pratica a Arte Xávega, às praias estuarinas, de ria, do Bico e do Monte Branco.

Falar da Murtosa é falar de uma gastronomia rica e marcante, onde a enguia, frita ou em caldeirada, tem merecido destaque. E por falar em enguia, a COMUR – Museu Municipal da Murtosa é de visita obrigatória, assim como o Estaleiro-Museu da Praia do Monte Branco, o Museu Etnográfico da Murtosa e a Casa-Museu Custódio Prato, lugares plenos de história e de identidade. 

Nenhuma incursão pela Murtosa fica completa sem uma referência à Romaria de São Paio da Torreira, a maior e mais afamada festa da região lagunar, que junta, anualmente, milhares de pessoas em clima de celebração. Fonte: Turismo Centro de Portugal 

O Ondas foi conhecer a Associação dos Amigos da Ria e do Barco Moliceiro, na Ribeira de Pardelhas – Murtosa, que tem como missão preservar as embarcações tradicionais da Ria de Aveiro, onde se destaca o barco moliceiro e ainda dar formação náutica e desportiva.

Neste artigo estivemos à conversa com o Professor Manuel Oliveira, simultaneamente Presidente da associação e formador, que nos contou a sua história, de algumas das suas relíquias históricas, o tipo de formação que dão aos sócios e estivemos a ver um Mestre a trabalhar na recuperação dum barco de recreio e fomos ver outro aparelhar um moliceiro e navegar com ele na ria.

O Cais do Bico fica localizado no Lugar do Bico, no concelho da Murtosa. Este pedaço de terra junto à Ria de Aveiro é dotado de uma grande beleza natural, calma e tranquilidade. O espaço que se abre para as águas oferece um amplo parque de merendas relvado, com algum arvoredo, e mesas onde poderá fazer piqueniques com a família ou amigos. No dia da nossa visita alguns grupos de amigos defrontavam-se no jogo da malha. No verão, os domingos por estes lados são muito animados e as mesas muito disputadas.

O rancho folclórico “Os Camponeses da Beira-Ria”, do Bunheiro Murtosa, comemorou no passado domingo o seu trigésimo nono aniversário. A festa era para ser realizada na Casa-Museu Custódio Prato, mas a chuva levou os responsáveis a mudar o local para a sede da Junta de Freguesia.

A freguesia do Bunheiro é uma das quatro da Murtosa, distrito de Aveiro. O património cultural único e a beleza das tradições serviram de impulsionador para a criação do Rancho Folclórico ‘Os Camponeses da Beira Ria’, há precisamente 39 anos. Regressamos ao passado numa conversa com Daniel Henriques de Bastos, um dos fundadores deste grupo de danças e cantares, natural e residente nesta terra. A este rancho também se deve a gestão e dinamização da Casa-Museu Custódio Prato onde se conserva as tradições da vida antiga da lavoura.

Um destes dias fomos pedalar para Pardilhó e Murtosa e deixamos que o vento insuflasse as nossas velas e nos indicasse a navegação. Estas localidades são especiais porque sofrem a influência e absorvem a cultura da ria, muitos dos seus habitantes ainda são agricultores, pescadores e criam animais. Por todo o lado se encontram, vacas, cavalos, ovelhas ou burros a pastar.

O dia 16 de junho acordou quente com o astro rei a brilhar no céu com todo o seu esplendor. Para aproveitar este magnifico tempo e a frescura das margens da ria de Aveiro, fomos de bicicleta observar a Natureza nos percursos da BioRia entre a Ponte Varela e Cais do Bico na Murtosa e Ribeira das Teixugueiras em Pardilhó.

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