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Conhecer (17)

Conhecer

O concelho de Arouca, abrange uma área de 327 Km2, situa-se no extremo NE do distrito de Aveiro e está integrado na NUT III do Entre Douro e Vouga, da região Norte de Portugal, juntamente com os concelhos de Sta. Maria da Feira, Oliveira de Azeméis e Vale de Cambra, e S. João da Madeira. Fazem fronteira com o seu território os municípios de S. Pedro do Sul, Castro Daire, Cinfães, Castelo de Paiva e Gondomar e ainda os referidos municípios de Sta Maria da Feira, Oliveira de Azeméis e Vale de Cambra.

A vila, sede do Concelho, tem cerca de 3.000 habitantes e está situada no extremo nascente do Vale de Arouca, a cerca de 60 Km da sede de distrito e 50 Km da cidade do Porto. O concelho é composto por dezasseis freguesias, assim designadas: Alvarenga, Chave, Escariz, Fermêdo, Mansores, Moldes, Rossas, Santa Eulália, S. Miguel do Mato, Tropêço, Urrô, Várzea, união de freguesias de Arouca e Burgo, união de freguesias de Cabreiros e Albergaria da Serra, união de freguesias de Canelas e Espiunca e união de freguesias de Covêlo de Paivó e Janarde. Nele vivem cerca de 24.000 habitantes.

O posicionamento neste contexto regional traduz a situação de fronteira/interface que Arouca detém, entre as regiões Norte e Centro de Portugal, entre os distritos de Aveiro, Viseu e Porto e entre o litoral (industrializado, bem servido por redes de acessibilidades, com povoamento disperso e relevo relativamente pouco acidentado) e o interior (montanhoso e deprimido do ponto de vista demográfico, social, económico e infraestrutural). 

Fonte: cm-arouca.pt

Quem olha para as serras de Arouca está longe de imaginar que há muitos milhares de anos esta zona estava submersa por um mar pouco profundo e há riquezas ocultas por detrás dos penedos. Neste ambiente marinho viveram pequenos seres, como as trilobites, que deixaram o seus rastos sulcados no leito arenoso. Estas provas do passado foram preservadas no Geossítio G37 - Iconfósseis de Cabanas Longas, localizado perto da Aldeia de Portugal da Paradinha - Alvarenga - Arouca. A abundância destes antigos registos geológicos fez nascer o Arouca Geopark e colocou este concelho como referência internacional para o estudo da evolução da fauna, flora e geologia da terra. Neste artigo vamos descrever as suas características, aspetos técnicos, biodiversidade em redor, pontos de interesse e apresentar as suas fotos mais representativas.

Quem gosta de montanhas, geologia e história caótica da terra regressa com frequência ao Arouca Geopark, para descobrirmos a nossa odisseia a bordo de caravelas do tamanho de continentes. Nestas serras cada pedra sussurra o passado se a soubermos interpretar ou ouvirmos os homens que as estudam. Navegamos numa jornada pela caminhada interpretada do "Vale do Paiva", onde ficamos a conhecer melhor a “Pedreira do Valério”, onde nas lousas ganham vidas gigantescos fósseis de trilobites e escalamos a Gralheira d'Água, onde romanos extraíram ouro de antigas minas mouras. No seu miradouro saboreamos as paisagens longínquas de Alvarenga e Cinfães e conhecemos a lenda do rego do boi.

Quem sobe para a Serra da Freita em Arouca, está longe de imaginar que no seu planalto irá encontrar tantas maravilhas de Portugal, abertas paisagens, gado de raça caprina e bovina apascentar livremente pelas serranias, um rico património natural e geológico e as suas aldeias serranas de Albergaria da Serra, Cabaços, Merujal e Castanheira, onde até as inférteis pedras dão à luz e são chamadas parideiras. Este fenómeno das pedras parideiras, apesar de haver outros casos relatados, com estas características minerais, segundo apuramos, é único no mundo. Reza a lenda que as mulheres colocavam estas pedras à noite debaixo do travesseiro para ajudarem quando queriam ter filhos

Os nossos leitores devem estar recordados de termos contado a nossa aventura de bicicleta entre Castelo de Paiva e Alvarenga. A dada altura em Vila Viçosa – Espiunca - Arouca, no final duma subida, surgiu na curva uma pequena casa, com um bonito e colorido jardim à beira rua plantado. A pequena casa e terreno estavam totalmente submersos por todo o tipo de plantas, flores, vasos e onde as giestas eram rainhas. Como gostamos de fotografia e dos aromas que o ar adornava, paramos um pouco para contemplar a maravilha.

A Falha da Espiunca, é o geossítio G32 do Arouca Geopark, sendo considerada uma falha normal, com deslocamento dos blocos de 1,70 metros. Esta falha pode ser vista numa parede rochosa situada junto à estrada municipal 505 e Ponte da Espiunca, sobre o rio Paiva, numa das extremidades da entrada dos Passadiços do Paiva. Esta falha geológica ocorre no talude da estrada nas rochas mais antigas desta região, que se formaram há mais de 500 milhões de anos nas profundezas de um antigo mar, onde se foram depositando sedimentos, cujos estratos quartzíticos se encontram aqui bem perceptíveis.

Um destes dias passeávamos nós em Rio de Frades - Arouca, depois de mais uma caminhada quando um cão nosso conhecido (Ler: Fuste – História de um cão), surgiu com cara de poucos amigos e deu-nos uns latidos intimidatorios. No entanto desta vez a história foi diferente, porque descobrimos a sua dona ali próximo apascentar umas cabras, numa ribeira confluente ao rio com o mesmo nome da terra.

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