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A fama dos Passadiços do Paiva em Arouca, por quem Gaia se enamorou, foi elevada pelos ventos aos quatros cantos da Terra. As suas formosas escadarias parecem tomar os céus de encontro ao Criador. O rio Paiva que as acompanha é dos últimos de águas bravas e mais limpas da Europa. O seu percurso ondulante acariciando o vale aproxima o ser humano da natureza que esqueceu, mas quer resgatar. Este Jardim do Éden, pode conduzi-lo aos verdes prados e águas refrescantes, porque nada lhe falta, por isso temos o dever de o proteger e enaltecer a sua natureza. Esta aventura vai desvendar algumas das riquezas da sua fauna, flora, geologia, história, rápidos e praias fluviais. Muito se tem escrito sobre este premiado ser, contudo neste artigo vamos dar-lhe uma visão prática da visita, para colmatar uma das suas lacunas, para você saber de antemão o que pode ver, ouvir, cheirar, provar e tocar.
A Aldeia da Paradinha nasceu em Alvarenga, Arouca, no distrito de Aveiro, entre as serras da Freita e Montemuro. A sua construção vernacular de traça tradicional em xisto e ardósia valeu-lhe a distinção de Aldeia de Portugal. O seu casario em cascata numa encosta montanhosa estende-se até ao Rio Paiva onde nasceu uma aprazível praia fluvial e parque de merendas. Aqui já não existem moradores permanentes, só turistas do alojamento local ou casas restauradas. Muitos desses casebres e empreendimentos hoteleiros foram recuperados ou construídos, por vezes com materiais e técnicas inapropriadas que desvirtuam a sua autenticidade rural. A beleza desta aldeia e seu enquadramento natural podem ser abraçados do miradouro “Mira Paiva”, que lança vistas para o rio serpenteante no fundo do vale, que desemboca nos Passadiços do Paiva a jusante. Esta região há milhões de anos foi um mar pouco profundo e onde subsistem fósseis e vestígios geológicos, para quem souber procurar. Existem muitos pontos de interesse arquitetónicos, geológicos, naturais e gastronómicos, que podem ser apreendidos e que vamos partilhar.
O Trilho dos Pescadores é constituído por 13 etapas, com 226,5 km, com início em Sines, no sudoeste Algarvio e final em Lagos, nos Algarves. Estes percursos pedestres destacam-se pela beleza das assombrosas e arrepiantes arribas arrebatadas, ao longo do Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina. A fauna e flora são ricas e exuberantes, que lançam fragrâncias que se elevam na maresia e lhe inebriam os sentidos. Os nevoeiros matinais escondem segredos que o sol teima desvendar. Há recantos nos profundos abismos, que nunca houveram visto viva alma e poderão abrigar um tempestuoso Neptuno. Este é o reino da sedutora Calipso que o tenta atrair para o aprisionar na sua caverna, com o marulhar das águas, canto das aves, zumbido dos bichos e sibilante vento. Do alto dos pináculos poderá maravilhar-se com paisagens longínquas, praias exuberantes e pequenas enseadas com perdidos portos de pesca. Os seus caminhos milenares foram abertos pelos pescadores na sua árdua faina marítima. Neste artigo vamos contar-lhe a aventura da nossa da 5 etapa, entre Zambujeira do Mar e Odeceixe e como ficamos enamorados pela demanda do seu tesouro que havemos de abarcar.
Viajar de comboio pela Linha Férrea do Douro, com 150 anos e 171,5 km, faz-nos recuar devagar até ao século XIX. A viagem começa na moderna estação de Porto Campanhã, junto ao litoral e termina no Pocinho, no interior transmontano. A locomotiva a vapor é agora alimentada a diesel e começa por rasgar caminho por uma urbe fortemente apinhada, onde as gentes se atropelam para respirar. A linha eletrificada começa por ter dois sentidos, até perder a luz e ficar sozinha. A máquina vence impenetráveis túneis e profundas pontes e vai-se aproximando do Rio Douro, seu companheiro inseparável por 120 km. O casario começa a rarear e vai dando lugar a arribas em socalcos vinhateiros e curvas ondulantes do rio. O comboio vai sulcando o Rio Douro e vendo os cruzeiros subirem pelas eclusas. A paisagem de arrebatar culmina no Douro Vinhateiro, que foi por homens moldado e recebeu da UNESCO o título de Património da Humanidade. A via férrea no passado terminava em Barca d’Alva, junto a Espanha, mas homens funestos que agora escrevem livros sobre a arte de bem governar, deram ordens para a encerrar. Estes vilões de memória curta, no final do século XX, mataram parte destas linhas e destruíram muito do seu património, sem dar cavaco ao povo que juraram representar.
Portugal segundo os dados estatísticos é um dos países mais seguros do mundo, facto apregoado pelos nossos governantes aos quatro ventos, sempre que lhe convém. No entanto, por detrás desta realidade estão homens e mulheres que fardados ou à civil trabalham para nos proteger. Como em todas as profissões têm problemas profissionais, mas também pessoais que os afetam. Nesta sociedade cada vez mais problemática, quisemos saber como é que estas pessoas lidam com a pressão e trabalho tão escrutinado pelo cidadão, hierarquia, inspeções, tribunais, estado e comunicação social. Para este efeito estivemos à conversa com um Agente da Polícia de Segurança Pública, que de forma sigilosa nos contou uma dura realidade nem sempre radiosa por detrás dos holofotes.