PR5 - Trilho da ponte de ferro seja um agente secreto Trilho da Ponte de Ferro - Travassô -Águeda Ondas da Serra

PR5 - Trilho da ponte de ferro seja um agente secreto

Classifique este item
(2 votos)

O percurso pedestre, PR5 Trilho da ponte de ferro, começa e acaba em Travassô – Águeda, devendo o seu nome à ponte ferroviária sobre os Rio Velho e Águeda, por onde ainda passa o velho “Vouguinha”, na linha que liga Aveiro a Sernada do Vouga. O traçado peculiar deste percurso, junto à via-férrea, por baixo da ponte deixando adivinhar por cima a sua estrutura metálica, por caminhos alagadiços, alguns traiçoeiros, ladeando rios e ribeiros, rasgando cerrada vegetação, parecendo que conspiram para o enganar e precisando você de estar atento para cumprir a missão. Nós passamos, contudo, a pé a ponte de ferro, não o faça que é perigoso, atenção aos comboios, mas tivemos que fugir aos nossos "adversários".

PR5 Trilho da Ponte de Ferro em Travassô – Águeda - Percurso para os destemidos

Descrição do PR5 Trilho da Ponte de Ferro em Travassô – Águeda1 

"O PR5 "Trilho da Ponte de Ferro", inicia-se no Largo dos Santos Mártires, junto à igreja Matriz de Travassô, freguesia do Concelho de Águeda, rumando à Capela da Sr.ª do Amparo, onde também existe um enorme parque de lazer.

Chegando a este parque, ruma à direita, passando junto a uma estrutura da SIMRIA. Após 200 metros ao longo de uma vala, toma um caminho entre loreiros e choupos que conduz à "linha do Vouga", rumando à esquerda por uma estrada rural paralela ao caminho de ferro. Passados uns 300 metros, a estrada afasta-se da linha do Vouga, iniciando uma suave descida em direção ao choupal no início do qual toma um caminho à direita que, paralelo à linha do Vouga conduz o pedestrianista ao "rio Velho" e à Ponte de Ferro. Passa-se por baixo desta até se atingir um caminho entre os dois rios: o rio Velho e o rio Águeda. Por cima de ambos a Ponte de Ferro.

Ruma-se agora, para montante, pela margem direita do rio Águeda. No lugar da "Volta" pode avistar-se a confluência do rio Cértima (o da Pateira de Fermentelos) com o rio Águeda, assim como a ponte de Requeixo. Continuando por caminhos bem definidos ao longo da margem, vai o choupal dando lugar às terras de cultivo onde predomina o milho.

Após uma pequena colina, onde se pode visitar a "casa da EDP" (ex UEP) e pelo "caminho das vinhas", chega-se outra vez à linha do Vouga. Antes de atravessar, há um caminho à direita que volta à margem do rio, sendo possível atingir a "Ponte Pedrinha" e Óis da Ribeira e fazer a ligação com o PR1.

Atravessada a linha do Vouga, por caminhos bem definidos e pelas ruas da povoação, rapidamente se chega à Igreja Matriz de Travassô, onde este percurso teve início." 1

Trilho da Ponte de Ferro em Travassô – Águeda - Percurso para os destemidos

Ficha técnica do PR5 Trilho da Ponte de Ferro em Travassô – Águeda

  • Partida e chegada: Largo dos Santos Mártires, junto à igreja Matriz de Travassô;
  • Âmbito: Ambiental, paisagístico, cultural e desportivo;
  • Tipologia de percurso: De pequena rota, circular, por caminhos rurais e florestais pedestres;
  • Distância: 11 km;
  • Duração prevista: 2/3 horas;
  • Grau de dificuldade: Baixo/Médio;
  • Época aconselhada: Todo o ano; 

Pontos de interesse do PR5 Trilho da Ponte de Ferro em Travassô – Águeda

  • Travassô e Óis da Ribeira;
  • Igreja dos Santos Mártires;
  • Igreja Matriz de Travassô,
  • Parque de Lazer da Senhora do Amparo - Travassô;
  • Ponte "romana" de Requeixo;
  • Rio Águeda;
  • Rio Velho;
  • Rio Cértima
  • Ponte de Ferro da linha férrea da Vouga;
  • Ponte Pedrinha;

Avaliação do PR5 Trilho da Ponte de Ferro em Travassô – Águeda

Ondas da Serra foi fazer este trilho num dia soalheiro, ficando aqui o testemunho do que nos despertou mais interesse. O trilho está razoavelmente bem assinalado e o único ponto onde nos enganamos, foi ao passar por baixo da ponte de ferro, seguimos em frente pela direita. Aqui é necessário virar em sentido contrário, passar novamente por debaixo da mesma, acompanhar o Rio Águeda pela sua direita. No nosso caso o engano não teve grandes repercussões, porque fomos ver outras paisagens e campos alagadiços que nos impediram a passagem.

Leia também:  Macieira de Alcôba - Parta à descoberta dos seus encantos e tradições

Começo do Trilho da Ponte de Ferro junto da Igreja Matriz de Travassô

Igreja Matriz de Travassô

Este percurso é muito interessante de fazer, começa junto à Igreja de Travassô, onde pode apreciar ao fundo o litoral e visitar um antigo lavadouro com interessantes painéis de azulejos que retratam cenas populares.

É interessante notar que os habitantes de Travassô parecem ser muito religiosos, pelos nomes das ruas e travessas, em honra por exemplo de “Padre Camelo 1837 1895" e "Padre José Tavares”.

Junto ao apeadeiro desta localidade pode apreciar o bailado de dezenas de cegonhas, nidificando em postes metálicos que foram colocados pelo homem.

Os azulejos da casa do Emigrante Francês

Os azulejos da casa do Emigrante Francês

Ao seguirmos em direção à capela da Nossa Senhora do Amparo, vimos uma vivenda cheia de azulejos dum emigrante que diz num painel ter estado 50 anos em França.

Leia também: Trilho das “Terra de Granito”

Parque de Lazer da Senhora do Amparo - Travassô - Águeda

Parque de Lazer da Senhora do Amparo - Travassô - Águeda

O parque de lazer junto à capela merecia uma requalificação, manutenção e melhorias. O percurso segue pelo caminho junto duma estrutura da SIMRIA. O ponto alto deste trilho é a ponte de ferro acima referida, entre os apeadeiros de Travassô e Taipa. Nós almoçamos junto dele, em local seguro e observando os rios. Somos de Ovar onde temos a Ria de Aveiro e muitos locais para observação de aves, mas estes trajetos pareceu-nos ter uma fauna mais rica, tal era a quantidade de aves que se assustavam à nossa passagem e cruzavam os céus. Ficamos com pena de não ter trazido os binóculos, não voltaremos a cometer o erro.

Apesar de não ser permitido, a nossa paixão pela fotografia levou-nos a passar a ponte, sempre com muito cuidado. Mas você não o faça porque lá ainda passam comboios como foi o caso. Um de nós ficou de vigia enquanto o outro explorava e vice-versa, as pontes de ferro têm uma alma e presença diferentes das de betão. No apeadeiro da Taipa um jovem esperava a chegada do comboio, que aconteceu passado algum tempo e permite um género de viagens que parecem já não ser deste século.

Ponte de Requeixo - Águeda

Ponte de Requeixo - Águeda

Passamos na margem oposta à Ponte de Requeixo, só a podemos contemplar por isso ao longe. Não deixamos, contudo, de apreciar as suas bonitas linhas e ficamos com vontade de ir conhecer esta localidade numa próxima demanda.

"Contruída no século XIX e reconstruída em 2009, a denominada como Ponte Romana de Requeixo situa-se no ponto de confluência dos Rios Águeda e Cértima. Esta estrutura é ainda um elo de ligação entre os concelhos de Águeda e Aveiro pela estrada municipal que serve. Aqui se localiza também um ponto de encontro de vários percursos pedestres de Pequena Rota e a Grande Rota da Ria de Aveiro. A calma e a paisagem natural diversa são características deste espaço envolvente onde é possível observar os vastos terrenos de cultivo típicos de uma região ligada à cultura de regadio." 2

Rio Águeda infestado de Jacintos de água

Constatamos o que se tem vindo a divulgar pelos jornais no Rio Águeda, a invasão dos Jacintos de água. Fruto das chuvas recentes, o caudal das águas tinha destruído muitos, mas é um problema grave que este rio enfrenta.

Os barquinhos em madeira lembrar ao caminhante que o rio é navegável e um tinha-nos dado jeito um, para passar para o outro lado e visitar Requeixo, como não deu contentamo-nos em observar a sua bonita ponto da margem oposto. Para os amantes da bicicleta e também das caminhadas, uma opção interessante é visitar esta aldeia e explorar os seus caminhos já que na margem oposto, víamos junto ao Rio Águeda um bom estradão em terra batida, por onde passaram algumas pessoas e veículos. 

A prancha no cimo da árvore para saltos no Rio Águeda

A prancha de crianças para saltos no Rio Águeda

A dada altura num local mais aberto para o rio, algo nos remeteu para a nossa infância e ficamos alguns momentos a observar. Ali pregados numa árvore jaziam os restos duma escadaria em madeira, com uma plataforma na parte superior, para nos dias de mais calor crianças e jovens subiram aos céus e darem saltos para água, no chão uma prancha servia para as brincadeiras dos menos aventureiros.

Será interessante notar que este trilho é bonito, mas que deve aumentar a sua beleza na primavera e verão, já que nesta estação os campos de cultivo estavam todos a descansar. O trilho a dada altura deixa de seguir o rio e começamos a regressar a Travassô. Encontramos como indica a informação turística a casa da EDP, com a inscrição “UEP”, em ruínas. Não seria interessante fazerem algo com ela e aproveitarem a sua boa localização?

Aqui calcorreamos os, “caminhos das vinhas”, onde foram plantadas como o nome diz muitas vinhas. Era altura da poda, onde se cortam os excessos das plantas, para a fortalecer e se amarram com vimes. Foi assim que encontramos um empreendedor nesta área com os seus dois trabalhadores que se prontificaram a contar ao Ondas da Serra o que andavam a fazer.

Leia também: As vinhas Casa D’Almear

O serpenteante Rio Águeda

Rio Águeda

Ao fundo o Rio Águeda serpenteava, nos campos abertos o gado bovino pastava e mugia ao sabor dos humores, a metáfora envolve-nos numa sensação extasiante. Em todo o percurso encontramos postes com cegonhas que não se importavam muito com a nossa presença, esvoaçando graciosamente apesar da grande envergadura.

Chegamos novamente a Travassô, já escurecia a tarde, aqui existe uma grande concentração de laranjeiras e, como não podia deixar de ser, tivemos que provar algumas, é um hábito que temos.

Bem chegamos ao ponto de partida, junto à Igreja existe uma mercearia onde se pode comer e beber alguma coisa. Como a luz estava boa, fomos repetir algumas fotos e tivemos sorte porque conseguimos assistir ao pôr-de-sol.

Ainda tivemos tempo de ir conhecer o Café Arsénio, onde Carlos Marques nos contou que gosta de atletismo e aquela zona tem alguns campos abertos onde é possível correr e andar de bicicleta por muitos quilómetros, por paisagens espetaculares.

  1. Almarge – São João de Loure;
  2. Óis da Ribeira – Águeda;
  3. Campo de Espinhel – perto da Pateira de Fermentelos;
  4. Travassô

Os trilhos 1 e 2, tem ligação e juntos têm segundo ele cerca de 30 quilómetros.

E assim terminou a nossa viagem e já temos outra em agenda também para este concelho.

Caminhe no distrito de Aveiro e pedale de bicicleta pelo norte de Portugal

O distrito de Aveiro tem dezenas de caminhadas e percursos pedestres muito bonitos, na serra, junto do mar, ria e rios, que pode aproveitar para os conhecer. No norte de Portugal há muitas ciclovias, ecovias e ecopistas que se pode percorrer, a caminhar ou de bicicleta, muitas delas por antigas linhas ferroviárias, agora convertidas em pista para as pessoas passearem. 

Créditos e Fontes pesquisadas

Texto: Ondas da Serra com exceção do que está em itálico e devidamente referenciado.
Fotos: Ondas da Serra.
1 - www.cm-agueda.pt/visite/turismo/percursos-pedestres-de-agueda
2 - explorappateira.pt/points/ponte-romana-de-requeixo/

Galeria de fotos do PR5 - Trilho da Ponte de Ferro - Travassô - Águeda

Lida 3035 vezes

Autor

Ondas da Serra

Ondas da Serra® é uma marca registada e um Órgão de Comunicação Social periódico inscrito na ERC - Entidade Reguladora para a Comunicação Social, com um jornal online. O nosso projeto visa através da publicação das nossas reportagens exclusivas e originais promover a divulgação e defesa do património natural, arquitetónico, pessoas, animais e tradições do distrito de Aveiro e de outras regiões de Portugal. Recorreremos à justiça para defendermos os nossos direitos de autor se detetarmos a utilização do nosso material, texto e fotos sem consentimento e de forma ilegal.     

Itens relacionados

Rota do Vale da Bestança trilho dos mais belos de Portugal

O percurso pedestres PR2 - Rota do Vale, fica situado no concelho de Cinfães, distrito de Viseu. Este trilho linear, com 18,8 km de extensão, desenvolve-se pelo Vale da Bestança, que se caracteriza pela sua luxuriante fauna e flora. O rio que lhe inspirou o nome nasce na Serra de Montemuro e corre livremente pela encosta até desaguar no Rio Douro. A Associação para a Defesa do Vale do Bestança trabalha para a conservação deste rico habitat tendo como principal missão impedir o aprisionamento do rio com a construção de mini-hídricas. O auge da sua beleza reside na planície central do Prado, que prende o olhar pela sua formosura, marulhar das águas, sinfonia dos pássaros e harmonia da criação. Veja com os seus olhos e diga-nos como alguém pode escrever fielmente sobre a sua beleza. O percurso é caracterizado também pelas aldeias rurais que atravessa, povo que ainda lavra terras, pontes medievais, grande eira comunitária de Bustelo, Capela e Muralha das Portas de Montemuro. Este é um desafio esgotante que o leva às portas do paraíso e a uma natureza que pensávamos perdida e que afinal ainda subsiste com o empenho das gentes locais.

Assustadora Estrada do Portal do Inferno na Serra da Arada

A Estrada do Portal do Inferno é uma estreita via sinuosa, com perto de 18 km, a cerca de 1000 metros de altitude que percorre uma crista altaneira da Serra da Arada, caracterizada pelas suas falésias abruptas e precipícios infinitos, que metem medo ao olhar e fazem temer os incautos. O seu percurso em pleno coração do Maciço da Gralheira, começa perto da Capela de São Macário em São Pedro do Sul e termina na aldeia de Ponte de Telhe em Arouca, nos distritos de Viseu e Aveiro. A sua beleza é enaltecida na primavera quando a serra se pinta de tons verdes, amarelos, laranjas e lilases da carqueja, urze e giestas e que perfumam o ambiente e inebriam os sentidos. No seu percurso passa pelo geossítio do Portal do Inferno da Garra, com uma visão panorâmica de arrepiar sobre o vale por onde corre o Rio Paivô e Aldeia de Portugal de Covas do Monte. Os pontos de interesse são variados, desde as aldeias típicas de montanha em xisto, mariolas dos pastores, gado bovino e caprino que pasta livremente, fauna e flora. A mesma é muito popular entre os ciclistas e motociclistas, embora alguns corajosos condutores de automóvel também se aventurem pelos seus domínios.

Conheça a Cascata das Aguieiras das mais belas de Portugal

A Cascata das Aguieiras fica localizada na freguesia de Alvarenga, concelho de Arouca, distrito de Aveiro. Esta queda de água é o geossítio de interesse com a identificação G35 do Arouca Geopark. Esta maravilha geológica destaca-se pelos sucessivos desníveis por onde a água, proveniente da ribeira com o mesmo nome, se precipita e que no conjunto totalizam cerca de 160 metros. A torrente em queda é descarregada na Garganta do Rio Paiva, onde este curso de água adquire um carácter violento e feroz para vencer as encostas estreitas. A sua importância é reforçada pela forma como pode ser observada pelo miradouro integrado nos Passadiços do Paiva ou Ponte Suspensa 516 Arouca.