Linha Férrea do Corgo > Ecopista do Corgo
Dois percursos cicláveis para explorar
Posição do Ondas da Serra relacionado com o encerramento de ferrovias
Começamos este artigo por revelar a nossa posição sobre a forma como na década de 80 do século passado foram encerrados muitas linhas ferroviárias, de forma cega, surda e muda. Os políticos têm o poder de decisão, contudo muitos destes encerramentos foram feitos sem ter em conta o interesse do povo e apenas por meros interesses economicistas.
Por outro lado, os grandes decisores de Lisboa repartem as culpas com os autarcas responsáveis dessas regiões que foram conviventes com estas situações e não defenderam as suas terras, mas de certeza deram muitos beijinhos, distribuíram abraços e tudo prometeram nas campanhas eleitorais.
Nós até admitimos que pudessem ter havido encerramentos, mas tinha que ser criado algum órgão para que o antigo património, constituído pelos espaços canais por onde circulavam as composições e as antigas estações, apeadeiros e pontes não fosse votado ao abandono e destruição.
Agora surgem pessoas muito emproadas, com discurso de embalar discorrendo sobre a arte de bem governar, quando na altura não deram cavaco a ninguém e foram os maiores responsáveis pelos seus encerramentos.
A criação de ecopistas, ecovias e ciclovias nos seus antigos traçados é uma forma de aproveitar parte das suas infraestruturas e relembrar a sua memória. Por outro lado parece haver agora alguma vontade política para reverter alguns desses erros e reabrir algumas, como é o caso da Linha do Douro, troço entre Pocinho e Barca d’Alva, que poderá saber mais lendo os nossos artigos a seguir referidos:
- Conheça a Linha do Douro e vinhas Património da Humanidade
- Barca d'Alva: Paraíso no Douro encerrado pela linha férrea
História do Ondas da Serra na Linha Férrea e Ecopista do Corgo
A primeira vez que percorremos de bicicleta a antiga Linha Ferroviária do Corgo, aconteceu da seguinte forma: Em maio de 2022, nós fomos fazer a segunda etapa do Caminho Português de Santiago Interior por Viseu, entre Castro Daire e Vila Real. A primeira etapa entre Viseu e Castro Daire tinha sido feita em 2020, mas vários problemas obrigaram-nos a interromper a peregrinação.
Nesta segunda tentativa, devido às dificuldades do terreno, fomos obrigados a fazer um desvio na cidade de Peso da Régua. O Caminho de Santiago passava por Santa Marta de Penaguião, mas como estávamos atrasados e tínhamos alojamento reservado em Vila Real, fizemos um desvio e usamos o antigo traçado da Linha Ferroviária do Corgo para chegar ao destino, conforme indicações que um amigo ciclista nos forneceu, tendo sido este o nosso primeiro contacto com esta antiga linha férrea.
Esta parte do antigo traçado, oficialmente não está aberta à circulação, mas está em condições razoáveis para a prática de BTT, embora o piso tenha ainda um pouco da antiga gravilha. Já passamos no local onde a vegetação era tão densa que apenas existia uma nesga de terreno para pedalar, agora contudo a mesma foi cortada e as antigas estações e apeadeiros limpas.
Em Vila Real começa oficialmente a Ecopista do Corgo, a qual termina em Chaves. Já mais para nascente em Aura - Vidago - Chaves - Vila Real - Portugal, o percurso partilha o seu traçado com a Ecovia Internacional do Tâmega e Corgo, que vai de Chaves até Verín.
Em 2023 voltamos a percorrer o troço desativado entre a cidade de Peso da Régua e Vila Real, nos dois sentidos, no mesmo dia, tendo regressado ao Porto pela Linha do Douro. Nesta volta verificamos que tinham sido requalificados mais alguns quilómetros antes de chegar à antiga estação de Vila Real.
No entanto o traçado do Caminho Português de Santiago Interior por Viseu, só percorre alguns quilómetros do percurso das da ecopista e ecovia acima referidas, tendo sido esta a razão que nos levou a percorrer ambas na sua totalidade.
Nesta volta em 2024, que durou três dias e duas noites, fomos de comboio pela Linha do Norte até à estação de Porto Campanhã, onde seguimos pela Linha do Douro até Peso da Régua. Nesta cidade começamos a fazer na totalidade a Ecopista do Corgo até Chaves, que partilha o seu trajeto com a Ecovia Internacional do Tâmega e Corgo. No dia seguinte fizemos a continuação da Ecovia Internacional do Tâmega e Corgo, entre Chaves e Verín. No final regressamos à cidade de Chaves e já munidos da Credencial, começamos a percorrer a EN2, que termina em Faro.
Neste 2 dia fomos dormir a Pedras Salgadas e continuamos a jornada no dia seguinte, passando finalmente por Santa Marta de Penaguião, e chegando a Peso da Régua onde terminamos, tendo depois regressado ao Porto de comboio.
Brevemente iremos continuar a fazer o percurso da EN2, continuando a partir da Régua e deslocando-nos para a mesma de comboio.
Conteúdo do artigo sobre a Ecopista do Corgo
Neste artigo iremos apresentar um guia detalhado sobre os dois percursos cicláveis, um no troço da antiga Linha Férrea do Corgo desativada, que ainda não foi requalificado, e outro pela Ecopista do Corgo, que já foi aberto à circulação. Vamos também fazer algumas alusões à Ecovia Internacional do Tâmega e Corgo, em virtude de a partir de Oura, o percurso ser partilhado.
Neste artigo irá encontrar informação detalhada para poder programar a sua viagem, como chegar ao local, documentação técnica, mapas, património natural e arquitetónico que pode conhecer, conselhos, história, fotografias e tracking GPS, para download.
Pode ler esta reportagem na totalidade ou clicar no título abaixo inserido para um assunto específico:
- Antiga Linha Férrea do Corgo: Percurso não requalificado
- Como chegar ao Início do percurso pela antiga Linha do Férrea Corgo
- Mapa para chegar ao início do percurso pela antiga Linha do Férrea Corgo
- Características do percurso da antiga Linha Férrea do Corgo
- Pessoas a varejar azeitonas junto à antiga Linha Férrea do Corgo
- Sugestão de visita ao Vale da Ermida - Ermida - Vila Real
- Ficha técnica do percurso pela antiga Linha do Corgo por reabilitar
- Ecopista do Corgo: Percurso Requalificado
- Descrição da Ecopista do Corgo
- Localização da Ecopista do Corgo
- Início da Ecopista do Corgo
- Como chegar à Ecopista do Corgo
- Mapa da Ecopista do Corgo
- Mapa de elevação da Ecopista do Corgo
- Ecopistas do Corgo: Rios Douro, Tâmega e Corgo
- Ecopista do Corgo passa por grandes viadutos
- Sinalização e painéis informativos da Ecopista do Corgo
- Segurança da Ecopista do Corgo
- Municípios da Ecopista do Corgo
- Ecopista do Corgo partilha o percurso com Ecovia Internacional do Tâmega e Corgo
- Tipos de pisos da Ecopista do Corgo
- História da reabilitação da Linha Férrea do Corgo
- Ciclistas na Ecopista do Corgo
- Nível de dificuldade da Ecopista do Corgo
- Ficha técnica da Ecopista do Corgo
- Pontos de Interesse da Ecopista do Corgo
- Ecovia Internacional do Tâmega e Corgo
- História da antiga Linha Férrea do Corgo
- Linha Férrea do Douro
- Descrição da Linha Férrea do Corgo
- Características geográficas da região da Linha Férrea do Corgo
- Construção de caminhos-de-ferro em Portugal
- Linha Férrea do Corgo de bitola estreita
- Construção da Linha Ferroviária do Corgo
- Evolução da construção da Linha Ferroviária do Corgo
- Linha ferroviária acompanhava o Rio Corgo
- Linha Férrea do Corgo: Antigas estações, apeadeiros e pontes
- Património Ferroviário da antiga Linha Férrea do Corgo desativada em destaque
- Antigas estações e apeadeiros degradadas ou destruídas
- Monumento do 75º aniversário da chegada do primeiro comboio a Vila Real
- Movimento Cívico pela Linha Férrea do Corgo
- Degradação e destruição do espaço-canal da antiga Linha Férrea do Corgo
- Ficheiros de tracking GPS dos Ecopista do Corgo para download
- Percursos Pedestres que partilham o percurso com a Linha Férrea do Corgo
- Avaliação da Ecopista do Corgo
- Onde Comer na Ecopista do Corgo
- Contactos úteis da Ecopista do Corgo
Antiga Linha Férrea do Corgo: Percurso não requalificado
Como chegar ao Início do percurso pela antiga Linha do Férrea Corgo
Nós conhecemos o percurso ciclável pela antiga Linha Férrea do Corgo, por reabilitar, quando numa viagem pelo Caminho Português de Santiago Interior por Viseu, verificamos que não iríamos chegar a tempo da nossa reserva de alojamento em Vila Real e não podemos seguir pelo caminho original que passava por Santa Marta de Penaguião.
Para lá chegar, depois de passar a cidade de Peso da Régua, fomos em direção da foz do Rio Corgo, afluente a montante do Rio Douro, na sua margem direita, com acesso pela Estrada Nacional 323. Depois de passar uma ponte sobre este rio, vira-se à esquerda logo a seguir em direção a Vilarinho, onde se encontra do lado esquerdo o antigo traçado da linha de comboio. Em baixo poderá fazer o download dos percurso em vários formatos para o seu aplicativo de localização GPS.
Este percurso é duma grande beleza, no fundo do vale corre o Rio Corgo, na primavera as giestas brancas e amarelas cobrem o percurso e pedala-se até ao céu. Em baixo aprecia-se as culturas do Vinho do Porto em socalcos e cumprimentamos as antigas estações, que depois dum passado glorioso, agora nem direito tiveram a uma respeitosa reforma, saudemo-las pelos seus nomes: Tanha, Alvações, Povoação, Carrazedo, Cruzeiro e por fim Vila Real.
Mapa para chegar ao início do percurso pela antiga Linha do Férrea Corgo
No mapa de cima poderá visualizar o percurso a vermelho entre a Estação da Régua, para onde fomos de comboio, pela Linha do Douro, e início do percurso da antiga Linha Férrea do Corgo, nas imediações do Apeadeiro da Tanha, no sentido sul-norte, paralelo à A24 e Rio Corgo.
Características do percurso da antiga Linha Férrea do Corgo
O percurso da antiga Linha Férrea do Corgo, entre a cidade de Peso da Régua e Vila Real, é na sua maioria em gravilha, mas que vai melhorando progressivamente. Nós já chegamos a passar no local por uma estreita faixa, ladeada de vegetação, mas que, entretanto, foi cortada e o lixo limpo junto à antiga estação de Tanha.
Pessoas a varejar azeitonas junto à antiga Linha Férrea do Corgo
Numa das nossas viagens, pela antiga Linha Férrea do Corgo, em finais de novembro, ao passar em Alvações do Corgo, encontramos a varejar oliveiras, o casal Rosalina Rodrigues e Manuel Teixeira, com 68 e 80 anos, respetivamente.
A mulher usava uma grande vara para fazer cair as azeitonas, numa lona colocada no solo, junto à árvore. O Homem com ajuda de uma escada, permanecia emaranhado no interior das árvores para fazer cair estes frutos, do qual se faz o azeite.
Este casal contou-nos que depois de varejar, limpavam as azeitonas e iriam levá-las ao lagar para serem moídas e espremidas para ser retirado o azeite, e que esperavam apanhar cerca de quatro cestos delas.
Durante a conversa que tivemos com este casal acabamos por descobrir que um ex-dirigente sindical nosso conhecido é irmão da senhora e um amigo nosso casou com uma rapariga da terra, lá diz o ditado que o mundo é pequeno.
Perto deste local encontramos um outro grupo de mulheres na mesma tarefa, tendo uma delas, já com alguma idade, dito como boa portuguesa, que não queria falar nem ser fotografada porque andava pelo Centro de Saúde para pedir coisas e não podia ser vista ali a trabalhar.
Sugestão de visita ao Vale da Ermida - Ermida - Vila Real
Na nossa segunda exploração por este trilho não reabilitado, em novembro de 2023, entre as cidades de Peso da Régua e Vila Real, na subida fizemos um desvio para ir visitar o Vale da Ermida, por um caminho lateral que surge à esquerda, depois de passar a antiga estação de Povoação. Depois de passar por este vale, a capela e aldeia de Vale de Cabril, virá à direita e voltará a entrar no antigo percurso da via férrea perto do antigo apeadeiro de Carrazedo.
O que nos chamou atenção e nos levou a querer fazer este desvio, foi a beleza da aldeia incrustada nos montes, recortados pelos socalcos da Região Demarcada do Douro. No meio uma Capela, situada no Largo de Santa Comba da Ermida, perto do cemitério, erguia-se com valentia dando as costas à antiga linha. Nos vinhedos com as cores outonais, dos amarelos torrados, vermelhos e laranjas, vimos muitos trabalhadores a cuidar das videiras e a preparar a nova safra.
Casa particular com um sino na Aldeia de Vale da Ermida - Vila Real
Foi na aldeia de Vale da Ermida que ficamos confusos porque geralmente os sinos são encontrados no interior sagrado das igrejas, ora aqui acontece que numa casa, os seus religiosos moradores resolveram instalar um deles em tamanho natural no pátio exterior. A respeitosa criatura foi deixada sozinha, sem torre sineira, abandonada à sua sorte e intempérie, quem sabe para remissão dos pecados dos seus moradores e dar fortes badaladas, porque assim parece demonstrar a corda dependurada.
Sobre esta aventura apenas resta dizer que neste dia apenas circulamos por este troço e não fomos pedalar pela Ecopista do Corgo, mas constatamos que em relação à anterior passagem, já tinham aumentado a mesma e reabilitado a zona envolvente da antiga Estação de Vila Real. No final regressamos à estação de Peso da Régua para tomar o comboio que vinha do Pocinho e ir para o Porto, pela linha do Douro.
Ficha técnica do percurso pela antiga Linha do Corgo por reabilitar
- Descrição: Antiga Linha Ferroviária do Corgo, entre as cidades de Peso da Régua e Chaves;
- Trajeto ciclável não reabilitado: Peso da Régua - Vila Real;
- Tipo de piso: Terra batida, com alguma gravilha;
- Extensão: 23.65 km;
- A distância de bicicleta entre a Estação Ferroviária da Régua, passando pela antiga Linha Férrea do Corgo desativada, até encontrarmos o piso betuminoso, perto da antiga Estação da Vila Real, já na Ecopista do Corgo, são 23.65 km, (medição efetuada pelo nosso aparelho Garmin);
Ecopista do Corgo: Percurso Requalificado
Descrição da Ecopista do Corgo
"A Ecopista do Corgo resulta da recuperação de parte da antiga linha ferroviária do Corgo, que ligava Régua a Chaves. Atualmente, a Ecopista começa em Abambres, concelho de Vila Real e prolonga-se para norte em direção a Chaves, ligando aí a Verín (Espanha) através da Ecovia Internacional do Corgo.
Via panorâmica onde o rio Corgo é companheiro de viagem, assim como as serras do Marão, do Alvão e o Vale de Aguiar, através de um traçado onde os campos agrícolas são presença constante. As vinhas e as árvores de fruto caracterizam a paisagem e as suas cores que, variando consoante a época do ano, constituem uma paleta de cores natural e diversificada.
Além de todo o património ferroviário edificado existente, destaca-se a Pedras Salgadas, Vidago e Chaves, ambas conhecidas pelas suas famosas águas termais."1
Localização da Ecopista do Corgo
A Ecopista do Corgo fica localizada em Vila Real, ao longo da falha tectónica Régua-Verin
A Ecopista do Corgo foi requalificada sobre uma parte considerável da antiga Via Férrea do Corgo, que sofreu as maiores alterações no espaço-canal por onde no passado circulavam as locomotivas no concelho de Vila Pouca de Aguiar.
"Trata-se de um antigo troço ferroviário desativado, localizado no interior norte do país, perpendicular ao canal ferroviário do Douro. Encontra-se no distrito de Vila Real, ao longo da falha tectónica Régua-Verin. Integra-se na região do Alto Tâmega e do Alto Douro Vinhateiro. "30 (Paço, 2016)
Composição da região do Alto Tâmega
"A região do Alto Tâmega e Barroso é composta pelos concelhos de Boticas, Chaves, Montalegre, Ribeira de Pena, Valpaços e Vila Pouca de Aguiar. Do Alto Douro Vinhateiro fazem parte os concelhos de Alijó, Armamar, Carrazeda de Ansiães, Lamego, Mesão Frio, Murça, Peso da Régua, Sabrosa, Santa Marta de Penaguião, S. João da Pesqueira, Tabuaço, Torre de Moncorvo, Vila Nova de Foz Côa e Vila Real."30 (Paço, 2016)
O espaço-canal convertido em ecopista localiza-se no concelho de Vila Real
"O espaço-canal convertido em ecopista localiza-se no concelho de Vila Real. Foi inaugurado em Setembro de 2013. Começa a norte, no limite do concelho, e termina junto à estação ferroviária de Abambres, na N15, Rua do Bosque. O percurso do espaço-canal atravessa as aldeias de Fortunho, Cigarrosa e Ponte.
A ecopista é composta por cinco troços, que surgiram devido à demolição da antiga via-férrea para a construção da A24 e pelo cruzamento com a Rua da Calçada e com a Rua da Pa, na aldeia de Ponte. O material ferroviário foi retirado.
Requalificação do espaço-canal para a Ecopista do Corgo
Os troços de ecopista foram alargados, para uma largura média de largura de 3.5m. No espaço-canal foi depositada uma camada de saibro compactado em toda a extensão. Na ponte sobre o Rio Pequeno foram colocadas chapas metálicas para permitir a passagem. É uma via de cariz lúdico, reservada à circulação de peões, ciclistas e a veículos sem motor."30 (Paço, 2016)
Início da Ecopista do Corgo
- Vila Real: Antiga Estação de Comboios - Rua Monsenhor Jerónimo de Amaral - Vila Real;
- Chaves: Ponte Romana: R. Caneiro 47, 5400-501 Chaves;
Como chegar à Ecopista do Corgo
- Bicicleta: Comboio da Linha do Douro, sair na cidade de Peso da Régua e circular pela antiga Linha Férrea do Corgo, ainda não requalificada, mas que tem condições para circular, até Vila Real, numa distância de cerca de 23.65 km;
- Automóvel:
- Vila Real: Antiga Estação de Comboios - Rua Monsenhor Jerónimo de Amaral - Vila Real;
- Chaves: Ponte Romana de Trajano: Rua Caneiro 47, 5400-501 Chaves;
- Transportes públicos > Régua:
- Estação de comboios de Peso da Régua, Linha do Douro;
- Cais da Régua - Rio Douro;
- Transportes públicos > Vila Real;
- Aeródromo de Vila Real;
- Carro > Régua:
- Carro de Lisboa: 3h;
- A1 Lisboa - Porto; Saída para IP3 Coimbra - Viseu; Ligação A24 Viseu - Vila Real; A24 saída para a Régua;
- Carro de Porto: 1h;
- A4 Porto - Vila Real; Saída na Régua;
- Carro de Lisboa: 3h;
Mapa da Ecopista do Corgo
No mapa de acima é exibido o percurso por nós efetuado pelos dois percursos da antiga Linha Férrea do Corgo, no percurso por reabilitar entre Peso da Régua e Vila Real e no percurso reabilitado entre esta última cidade e Chaves, onde a partir da freguesia de Oura partilha o trajeto com a Ecovia Internacional do Tâmega e Corgo.
Mapa de elevação da Ecopista do Corgo
- Subida total: 1,037 m;
- Descida total: 756.4 m;
- Elevação mínima: 66.1 m;
- Elevação máxima: 740.1 m;
Ecopistas do Corgo: Rios Douro, Tâmega e Corgo
Neste percurso irá pedalar junto de três rios, Douro, Tâmega e Corgo
Neste trajeto que fizemos pela antiga Linha Férrea do Corgo, começamos a pedalar na cidade de Peso da Régua, logo depois que saímos de comboio da Linha do Douro. No começo começamos por ter o Rio Douro, por companhia, pelo nosso lado direito, conforme nos deslocamos para norte onde começava da antiga linha, cujo primeiro apeadeiro era Tanha. As estradas para o alcançar são as N108 e N313.
Neste trajeto irá passar por uma pequena ponte sobre o Rio Corgo, que a partir deste ponto ficará sempre do seu lado esquerdo. Se estiver atento ao seu lado direito irá acabar por ver o Rio Corgo a desaguar no Rio Douro e a antiga ponte ferroviária junto à sua foz no Rio Douro.
O percurso desenvolve-se pela encosta do vale por onde corre o Rio Corgo, do lado esquerdo. As encostas durante os primeiros quilómetros estão cobertas por vinhas da Região Demarcada do Douro, grandes quintas produtoras, capelas perdidas na imensidão, oliveiras, cerejeiras e outras culturas características de Trás-os-Montes.
Muitos quilómetros depois, já na freguesia de Oura, do município de Chaves, o trajeto começa a acompanhar o Rio Tâmega, por esta razão o percurso é partilhado pela Ecovia Internacional do Tâmega e Corgo, o que não deixa de ser confuso.
O Rio Tâmega continua a apresentar-se pelo seu lado esquerdo, até passar a antiga Ponte Ferroviária Curalha, para regressar à mesma margem poucos metros depois, atravessando uma ponte denominada Poldrado-Curalha. Já tínhamos vencido rios passando por cima de poldras, mas foi a segunda vez que o fizemos a pedalar de bicicleta, porque a mesma possuía um piso e resistência adequados.
Garmin Edge Explorer
No começo deste artigo tem informação de como chegar ao início da antiga Linha Férrea do Corgo e um mapa para o ajudar. No entanto em baixo poderá fazer o download dos percursos para instalar e seguir no seu aplicativo GPS, que no nosso caso é o Garmin Edge Explorer. No entanto não estamos totalmente satisfeitos com o o seu nível de autonomia da bateria e usabilidade e já nos deixou ficar mal e bloqueou algumas vezes, nos Caminhos de Santiago.
Ecopista do Corgo passa por grandes viadutos
No percurso pela antiga Via Férrea do Corgo, entre Régua > Vila Real > Chaves, o ciclista irá passar por dois monumentais viadutos, que fazem estremecer olhar pela força do engenho humano para realizar estas obras primas com uma altura considerável.
Viaduto da Corga - A4 - Autoestrada Transmontana - Vila Real
"O Viaduto do Corgo é uma obra de arte que se insere na A4 - Autoestrada Transmontana, obra rodoviária que liga Vila Real a Quintanilha, na Fronteira Espanha-Portugal. Tem como principal objetivo a transposição do vale do Rio Corgo, em Vila Real."22
"A solução estrutural consiste num Viaduto em betão armado pré-esforçado com uma extensão total de 2796 m, dividido em 3 sub-viadutos contínuos, separados por juntas de dilatação, com comprimentos de 855 m (Viaduto Poente), 768 m e 1167 m (Viaduto Nascente). "23
Viaduto IP3 - A24 em Vila Pouca de Aguiar
O piso nas imediações do município de Vila Pouca de Aguiar é em betuminoso e está em boas condições. Nas proximidades desta cidade o ciclista irá ver crescendo à sua frente o imponente viaduto sobre o IP3 - A24.
O percurso passa pelo meio de uma planície agrícola, ladeada por vezes de cerejeiras, aqui vimos uma família a colher este fruto e perguntamos se podíamos provar tendo uma mulher rematado que também não eram delas. Podemos dizer que nos saciamos bem de cerejas e ganhamos forças para continuar a pedalar com um vigor acrescido.
O Viaduto Vila Pouca de Aguiar, fica inserido na autoestrada A24, que é "Uma superestrutura constituída por dois tabuleiros em viga-caixão, contínuos, paralelos e afastados entre si de 5m, com 17 tramos, em betão armado e pré-esforçado."24
"A A24 é a autoestrada que liga a fronteira de Vila Verde da Raia a Viseu, sendo que estabelece ligação com outros eixos principais, tais como a A7 (Vila Pouca de Aguiar – Póvoa do Varzim), a A4 (Matosinhos – Quintanilha) e a A25 (Aveiro – Vilar Formoso)."25
- Localização: Vila Pouca de Aguiar (A24);
- Período de Construção: 2005-2007;
- Dono da obra: Governo Português;
- Projeto: Armando Pinto Engenharia;
- Comprimento total: 1 348m;
- Altura máxima: 90m;
Sinalização e painéis informativos da Ecopista do Corgo
A Ecopista do Corgo poderia estar melhor sinalizada, quer a nível da segurança, com a colocação de mais sinais de perigo, nos cruzamentos com estradas, quer para os utilizadores da pista como para os condutores.
Por outro lado, também há pouca ou nenhuma informação sobre a progressão pela mesma, pontos de localização ou informação sobre o património natural e arquitetónico que pode ser visitado junto à mesma ou imediações. Só a partir do apeadeiro de Campilho - Vidago - Chaves, já no percurso partilhado com a Ecovia Internacional do Tâmega e Corgo, é que melhora um pouco, com a colocação de painéis informativos, com mapas e pontos de interesse.
Mapa de sinalização da Ecovia Internacional do Tâmega e Corgo
"Na primeira fase de construção da ciclovia foi adotada uma estratégia na sinalética e regulação nas cedências de passagem. Os cruzamentos, independentemente do carácter da via, estão sinalizados. Os locais de perigo estão assinalados ao nível do pavimento.
Os cruzamentos, salvo em raras exceções, são os utilizadores do espaço-canal que cedem a passagem, mesmo em situações em que o cruzamento se dá com caminhos de acesso a propriedades privadas. O espaço-canal, mesmo que contínuo encontra-se, muito seccionado. Não é uma secção física, no verdadeiro sentido, mas antes uma secção imposta pela sinalética, caso se dê o cruzamento dos utilizadores das diferentes vias.
Na segunda fase de construção da ciclovia, a sinalização vertical é simples; nos cruzamentos com caminhos, apenas foram colocados postes de balizamento com sinalização vertical de via reservada a peões e ciclistas; no caso de cruzamento com estradas municipais, os utilizadores são avisados da existência da passagem de peões e ciclistas.
Nas estradas nacionais, o único cruzamento que existe está sinalizado com semáforos, na via rodoviária. A cedência de passagem é obrigatória no cruzamento com estradas municipais e estradas nacionais."30 (Paço, 2016)
Segurança da Ecopista do Corgo
Há dois pontos da Ecopista do Corgo por reabilitar onde é necessário ter cuidado:
- Ponte da Tanha: Esta antiga ponte ferroviária metálica fica localizada na Régua, perto do apeadeiro com o mesmo nome e só tem um pequeno espaço nas suas laterais para passar, tendo a bicicleta de ser levada à mão. O mesmo é suficiente, mas o espaço central é aberto e por isso é necessária muita atenção;
- Apeadeiro de Povoação: Na encosta junto ao Apeadeiro de Povoação existe um profundo precipício, sem qualquer proteção, e com sinais alertar para perigo para o risco de queda. Na foto abaixo exibida é possível ver que a estrada tem um estrutura metálica de proteção, mas no antigo caminho ao lado mais perigoso, nada existe e um dia pode acontecer uma desgraça, até como os moradores desta terra.
Municípios da Ecopista do Corgo
- Peso da Régua;
- Santa Marta de Penaguião;
- Vila Real;
- Vila Pouca de Aguiar;
- Chaves
Ecopista do Corgo partilha o percurso com Ecovia Internacional do Tâmega e Corgo
A Ecovia Internacional do Tâmega e Corgo começa em Oura - Chaves
A Ecopista do Corgo, começa oficialmente a sul da antiga Estação de Vila Real e a partir de Oura - Chaves, partilha percurso com Ecovia Internacional do Tâmega e Corgo, conforme foto acima exibida. Ao fundo desta encosta do lado esquerdo ficam localizadas as Piscinas e Restaurante da Ribeira, Vidago, que são facilmente visíveis deste ponto, onde passamos umas horas no regresso.
Tipos de pisos da Ecopista do Corgo
O piso betuminoso da Ecopista do Corgo, de qualidade, só foi aplicado junto algumas localidades, como nas imediações da antiga Estação de Vila Real, Chaves, e outras localidades, como Tourencinho - Vila Pouca de Aguiar. Em geral o piso é em terra batida, betuminoso e outro que tivemos dificuldades em identificar, devido à sua fraca qualidade e se apresentar esburacado em muitos locais.
Piso em terra batida na Ecopista do Corgo
Piso betuminoso na Ecopista do Corgo
Piso em paralelo na Ecopista do Corgo
Antiga Ponte Ferroviária da Curalha - Chaves - Ecopista do Corgo
Piso em passadiço na Ecopista do Corgo
História da reabilitação da Linha Férrea do Corgo2
Linha do Valle do Corgo ou Caminho de Ferro da Regoa a Chaves
"A Linha do Corgo (originalmente denominada Linha do Valle do Corgo ou Caminho de Ferro da Regoa a Chaves), é uma linha de caminho-de-ferro construída no auge do turismo Termal. A linha agora desativada, unia as localidades de Peso da Régua e Chaves, passando por Vila Real e Vila Pouca de Aguiar, seguindo paralela aos Rios Corgo e Tâmega.
Planeada para ligar as estâncias termais
Planeada desde o Século XIX, como forma de ligar as estâncias termais de Vidago e Pedras Salgadas e as Localidades de Vila Pouca de Aguiar, Vila Real e Chaves à Linha do Douro, foi inaugurada no dia 12 de Maio de 1906, com a chegada do comboio a Vila Real. Em 15 de Julho de 1907, o troço Vila Real - Pedras Salgadas, foi aberto à exploração comercial e, três anos depois, em 20 de Março de 1910, é a vez do troço entre Pedras Salgadas e Vidago abrir à população. Mais tarde, o troço Vidago - Tâmega (Curalha) foi inaugurado em 20 de Junho de 1919, para ficar concluída com a ligação definitiva à cidade de Chaves, em 28 de Agosto de 1921.
Para além de numerosos sifões, aquedutos e pontões, esta linha contava ainda com sete pontes, entre elas, a Ponte do Corgo, na foz do rio; a Ponte sobre a Ribeira de Oura, em Vidago e, a Ponte do Tâmega, em Curalha.
O troço ferroviário entre Vila Real e Chaves foi encerrado ao público em 1990, enquanto que a ligação entre o Peso da Régua e Vila Real, foi desativada para obras em 25 de Março de 2009, sendo totalmente encerrada pela Rede Ferroviária Nacional, em Julho de 2010.
Os municípios juntaram-se para reabilitar a antiga linha ferroviária
Considerando o elevado valor turístico do antigo canal ferroviário, os quatro Município envolvidos, juntaram-se e decidiram transformar a velha Linha num espaço aprazível, de lazer e de fruição coletiva, a Ecopista da Linha do Corgo.
Assim, no ano de 2005, o Município de Vila Pouca de Aguiar inaugurou o primeiro Percurso da Ecopista, entre a Vila e Pedras Salgadas, com uma extensão de pouco mais de 6 quilómetros. Posteriormente, foi a vez de Vila Real construir também o seu Percurso concelhio, enquanto Vila Pouca de Aguiar concluía a totalidade do seu traçado municipal, da Ecopista da Linha do Corgo.
A Autarquia de Chaves também não ficou para trás, e a seu tempo, requalificou o Percurso Sul do traçado Concelhio da Ecopista, entre Vidago e a Ponte sobre o Rio Tâmega, na Curalha. Atualmente, em 2021, está a proceder à requalificação do restante Percurso, mais a Norte, entre a Curalha e o centro da cidade de Chaves.
A Ecopista da Linha do Corgo, é uma via panorâmica com zonas de lazer, pois ao longo do seu trajeto foram plantadas árvores, colocados bancos e candeeiros e criadas áreas de lazer e espaços verdes. Há também acessos para o socorro de emergência.
Os Municípios envolvidos neste projeto (Peso da Régua, Vila Real, Vila Pouca de Aguiar e Chaves) pretendem potenciar a Ecopista da Linha do Corgo, como uma importante valência turística e, ao mesmo tempo, respeitar a história do Caminho de Ferro no Vale de Aguiar e a memória daqueles que nele trabalharam. Esta Ecopista vai ganhando importância, à medida em que se vai ampliando, e quando for concluída na sua totalidade, entre Peso da Régua e Chaves, passará a ser uma infraestrutura de relevante interesse turístico de escala regional, tanto mais que os Percursos a Sul, estão inseridos na Região Demarcada do Alto Douro Vinhateiro - Património da Humanidade da Unesco.
Alguns dos Caminhos de Santiago em Portugal passam pela Ecopista do Corgo
Também, alguns dos Percurso da Ecopista da Linha do Corgo, fazem parte dos Caminhos de Santiago em Portugal, integrando, entre Vila Real e Vila Pouca de Aguiar, o Caminho Português Interior.
A Autarquia de Chaves está, atualmente, a proceder à requalificação do seu Percurso Norte, entre a Curalha e o centro da cidade.
Já em pleno funcionamento, está o Percurso da Ecovia do Tâmega, que liga a cidade de Chaves à sua congénere transfronteiriça, Verin, na Galiza, proporcionando um carácter internacional a esta Ecopista. Com a abertura desta ligação ciclável entre Chaves e Verín, na vizinha Galiza, os Percursos de Chaves da Ecopista da Linha do Corgo, passaram a integrar a nova Ecovia Internacional do Tâmega e Corgo, que brevemente, unirão a Vila de Vidago à de Verín, ao longo de quase 50 quilómetros."2 Fonte: www.ciclovia.pt
Ciclistas na Ecopista do Corgo
Ciclista de estrada em patamar com pavimento em betuminoso na Ecopista do Corgo
Ciclista de BTT na montanha com pavimento em terra batida na Ecopista do Corgo
Nível de dificuldade da Ecopista do Corgo
- Nível de dificuldade: O grau de dificuldade é representado segundo 4 itens diferentes, sendo cada um deles avaliado numa escala de 1 a 5 (do mais fácil ao mais difícil);
- Nível de dificuldade: Moderado/Difícil;
- Adversidade do meio: 2;
- Orientação: 3;
- Tipo de piso: 3;
- Tipo de piso para o percurso não requalificado: 3/4;
- Esforço físico: 3/4;
Ficha técnica da Ecopista do Corgo
- Descrição: Antiga Linha Ferroviária do Corgo, entre as cidades de Peso da Régua e Chaves;
- Tipo de percurso: Antigo troço ferroviário desativado da Linha Férrea do Corgo;
- Localização: A Ecopista do Corgo fica localizada "no interior norte do país, perpendicular ao canal ferroviário do Douro. Encontra-se no distrito de Vila Real, ao longo da falha tectónica Régua-Verin. Integra-se na região do Alto Tâmega e do Alto Douro Vinhateiro"30 (Paço, 2016) ;
- Início da Ecopista do Corgo:
- Opção 1 - Troço sem reabilitar: Régua, acesso pela Estrada Nacional 323, sentido Régua - Vilarinho;
- Opção 2 - Troço oficial reabilitado: Vila Real - Chaves;
- É possível fazer as duas opções acima referidas a partir da Régua. Em baixo estão disponíveis os ficheiros GPS para o seu aplicativo de localização;
- Trajeto ciclável oficial: Abambres > Chaves;
- Distância oficial: 64,120 Km;
- Distância do percurso por reabilitar: 22 km;
- Distância total dos dois percursos: 88.33 km;
- Junção dos dois percursos por reabilitar e reabilitado, opções 1 e 2 acima referidas, medida pelo nosso Garmin, ficheiros GPS do percurso para download em abaixo;
- Tempo: 06 h;
- Velocidade média: 14 kph;
- Subida total: 1,037 m;
- Descida total: 756.4 m;
- Elevação mínima: 66.1 m;
- Elevação máxima: 740.1 m;
- Tipologia: Linear;
- Concelhos: 05;
- Peso da Régua, Santa Marta de Penaguião, Vila Real, Vila Pouca de Aguiar e Chaves;
- Antiga Linha Férrea do Corgo:
- Início dos trabalhos: 8 de Julho de 1873;
- Início da construção do primeiro troço Régua - Vila Real: 1905;
- Aberturas à exploração:
- Troço Régua - Vila Real: 12 de maio 1906;
- Chegada a Pedras Salgadas: 15 de junho 1907;
- Chegada a Vidago: 20 de março 1910;
- Chegada ao Tâmega: 20 de junho 1919;
- Chegada a Chaves: 28 de agosto de 1921;
- Encerramento: O troço Régua-Vila Real foi encerrado a 25 de Março de 2009;
- Tipo de linha: Bitola estreita, 1 metro;
- Estações: 13;
- Apeadeiros: 18;
- Pontes: 07;
- 1-Ponte do Corgo, na foz do rio no Rio Douro, 2-Ponte da Tanha, 3-Pequena Ponte sobre o Rio Pequeno, 4-Ponte de Carrazedo, 5-Ponte em Parada do Aguiar, 6-Ponte sobre a Ribeira de Oura, em Vidago, e a 7-Ponte do Tâmega, em Curalha - Chaves;
- Rios: 04;
- Rios Douro, Tâmega, Corgo e Pequeno;
- Serras: 03;
- Serras do Marão, do Alvão e o Vale de Aguiar;
- Acessos/Proibições: "A Ecopista do Corgo é uma via de cariz lúdico, reservada à circulação de peões, ciclistas e a veículos sem motor."30 (Paço, 2016)"
- Requalificação do espaço-canal: "Os troços de ecopista foram alargados, para uma largura média de largura de 3.5m. No espaço-canal foi depositada uma camada de saibro compactado em toda a extensão. Na ponte sobre o Rio Pequeno foram colocadas chapas metálicas para permitir a passagem."30 (Paço, 2016)"
- Fonte de água: Ao 43.68 km, (pelo nosso Garmin), Conselho Diretivo dos Baldios de Tourencinho, Vila Pouca de Aguiar, junto à Ecopista do Corgo;
- Garagem de bicicletas: Nas antigas instalações do antigo apeadeiro de Parada do Aguiar, na Linha do Corgo, aos 52 km, (medidos pelo nosso Garmin), trabalha agora um mecânico de bicicletas. Podíamos ter mais informações sobre este local, mas não foi possível porque o homem desta garagem quando lhe fizemos perguntas respondeu-nos de tal forma que até parecia que eramos criminosos;
- Ponto de Reparação: Perto do antigo apeadeiro de Campilho - Vidado - Chaves, existe uma ponto de reparação e afinação de bicicletas, junto à Ecopista do Corgo;
- Passagem por viadutos: 02; Ambos os viadutos a seguir referidos são grandes obras de arte com uma altura e comprimento consideráveis;
- Viaduto do Corgo - A4 Chaves - Autoestrada Transmontana;
Viaduto Vila Pouca de Aguiar - Autoestrada A24;
- Viaduto do Corgo - A4 Chaves - Autoestrada Transmontana;
- Destaques:
- Património ferroviário edificado existente;
- Pedras Salgadas, Vidago e Chaves, terras conhecidas pelas suas águas termais;
- Serras do Marão, do Alvão e o Vale de Aguiar;
- Vinhas do Douro, Património Mundial declarado pela UNESCO;
- Rios Douro, Tâmega e Corgo;
- Definição de Ecopistas:5 "Ecopistas é a designação em Portugal para Vias Verdes.
- São vias de comunicação autónomas, reservadas a deslocações não motorizadas e que permitem percursos turísticos, desportivos, educativos e de sensibilização ambiental, para a prática de passeios pedonais, em bicicleta, cadeira de rodas, patins e outros meios de mobilidade suave.
- Socialmente inclusivas e ecologicamente sustentáveis, as Ecopistas são concebidas num quadro de desenvolvimento integrado que valorize o meio ambiente e a qualidade de vida, e que cumpra as suficientes condições de largura, inclinação e tipologia da pavimentação, de forma a garantir uma utilização em convivência e segurança por parte de todos os utentes, independentemente da idade e condição física.
- A utilização dos caminhos, canais e vias ferroviárias desativadas constitui um suporte privilegiado para o desenvolvimento das Vias Verdes (Declaração de Lille, para uma Rede Verde Europeia, 12 de setembro de 2000)."5
Pontos de Interesse da Ecopista do Corgo
Património Arquitetónico da Ecopista do Corgo
Ponte Metálica e Pedonal de Peso da Régua
Se for de comboio para a cidade de Peso da Régua, pela Linha do Douro, antes de se dirigir para a antiga Linha Férrea do Corgo, vá conhecer a Ponte Metálica e Pedonal desta cidade, sobre o Rio Douro, que fica localizada perto da estação. A mesma permite uma boa visão do Rio Douro, Cais Fluvial da Régua, passagem dos barcos turísticos e pontes rodoviárias da EN2 e Miguel Torga - A24.
"A ponte metálica da Régua foi mandada construir em 1872 pelo Rei D. Luís I para atravessamento rodoviário do Rio Douro e desativada desde 1949 devido ao estado de degradação do tabuleiro em madeira.
Nesta data, a intervenção promovida em parceria pelo Município do Peso da Régua e as Estradas de Portugal na ponte metálica, permite a reutilização da estrutura, num contexto urbano e paisagístico único, com um uso mais adequado às suas caraterísticas preexistentes e em ligação com a rede de percursos pedonais à cota alta e baixa do rio Douro de elevada capacidade polarizadora."17
Região Demarcada do Douro - Vale da Ermida - Vila Real
"A Região Demarcada do Douro (RDD) estende-se ao longo do Rio Douro e seus afluentes numa extensão de cerca de 250 000 hectares entre Barqueiros e Barca d’Alva. Esta região tem origem na delimitação territorial de 1756, data da primeira demarcação das ‘Vinhas do Alto Douro’, que definiu mundialmente o primeiro modelo institucional de organização de uma região vinícola.
Originalmente estabelecida para regular a produção do vinho fortificado a que chamamos de ‘vinho do Porto’, hoje a RDD circunscreve a Denominação de Origem Controlada dos vinhos do Porto e Douro.
A produção de vinho neste território é uma lição sobre a capacidade e determinação do homem na otimização dos recursos naturais. As vinhas foram construídas num território marcado por declives acentuados e pela quase inexistência de terra e água.
Os vinhedos que cobrem os grandes declives levantam-se do rio Douro e configuram um imenso escadório de socalcos e patamares que são, nas palavras de Orlando Ribeiro, a mais admirável obra humana que se pode ver em Portugal.
A monumentalidade da paisagem do Alto Douro Vinhateiro (ADV) tem reconhecido valor universal. Em 2001 foi inscrita na lista do Património Mundial da Humanidade da UNESCO. Esta área corresponde a uma língua de cerca de 24 600 hectares que se estendem ao longo do rio." 9
Capela de Santa Luzia - Ermida - Vila Real
Em 2021 a Capela da Ermida, foram concluídas as obras pela União de Freguesias de Nogueira e Ermida.
"Capela de Ermida concluída após dois anos de obras. Situada na freguesia de Ermida, no concelho de Vila Real, a capela em honra de Santa Luzia renasce após vários anos em ruínas e torna-se um ponto de visita atrativo."16
Igreja de Nossa Senhora de Guadalupe - Ponte - Vila Real
A Igreja de Nossa Senhora de Guadalupe fica localizada perto da Ecopista do Corgo e recomenda-se uma visita pelo seu valor histórico e arquitetónico. Nós só temos pena de ela estar fechada e não termos visto o seu rico interior. Nós só a localizamos devido às informações de um percurso pedestre que passa nas suas imediações e que colocaram painéis com essa indicação.
A Igreja de Nossa Senhora de Guadalupe "é uma Igreja de estilo gótico, constituída por uma única nave, situada na aldeia de Ponte, freguesia de Mouçós, concelho de Vila Real. Foi edificada durante os finais da idade média (século XV) por iniciativa de D. Pedro de Castro, abade de Mouçós. Classificada como Imóvel de interesse Público desde 1983."10
Informação detalhada sobre a sua história, elementos artísticos e construção: Capela de Nossa Senhora de Guadalupe | União das Freguesias de Mouçós e Lamares
Parque Eólico das Caravelas - Serra do Alvão
A dada altura da viagem começamos a ver o Parque Eólico das Caravelas - Serra do Alvão, com as nuvens em torvelinhos e a vencer as alturas de uma forma vertiginosa correndo depois a toda a velocidade para o vale inferior. O espetáculo foi bonito, mas só a presença física o poderia revelar na plenitude da sua magia e condição.
Núcleo rural de Tourencinho - Vila Pouca de Aguiar
A Ecopista do Corgo, passa pelo centro da aldeia de Tourencinho, que se destaca pelo seu núcleo rural, montanhas bem escarpadas e gado da raça Maronesa a pastar.
Aldeia de Tourencinho, está situada no extremo sul do Vale de Aguiar
"A aldeia de Tourencinho, está situada no extremo sul do Vale de Aguiar, Conselho de Vila Pouca de Aguiar, onde pertence atualmente à freguesia de Telões, mas tempos houve que pertencia à freguesia de São Salvador da Pena, é sem dúvida dos lugares mais antigos desta paróquia, visto que já antes do Século XIII era uma das “vilas” que mais numero de casais ( oito ) tinha, sendo que todos eles eram Reguenguos, e pagavam de foro a corte dois moios ateigados assim como ainda cada casal pelas direituras mais uma espadua e dois pães centeios, para além disso havia ainda o sustento do mordomo e do serviço no castelo.
A aldeia de Tourencinho é muito antiga e recebeu foral na primeira metade do século XIII
Por tudo até aqui encontrado nos escrito nos Arquivos Nacionais da Torre do Tombo, todos os autores indicam que esta povoação recebeu foral na primeira metade do século XIII, já no Núcleo Antigo 264, aquando do inventário mandado fazer pelo então Marquez de Castelo Rodrigo , D. Cristovão de Moura, senhor destas terras e com provizão passada por El Rei de Portugal D Fillipe II no dia 26 de Abril de 1599 com vista ao levantamento de todos os bens propriedades, foros, pensões, direitos, rendas e mais cousas nestas terras,
para assim se saber o que era Reguenguo, Abadio ou Igreijerio, assim como o que andava sonegado inventário esse que foi feito pelo Bacharel Fillipe Boutaca Henriques juiz deste Tombo, sempre acompanhado por o seu escrivão Álvaro Teixeira Pereira e os homens bons da terra, faz referência a dois forais que dizem existir, sendo que tudo leva a querer que seja um da aldeia de Tourencinho e o outro da aldeia dos Xudreiros, este sim dado por D. Afonso III a três casais, e registado em Lisboa no dia 24 de Agosto de de 1311 e que está referenciado na Torre do Tombo.
História da aldeia de Tourencinho ligada à aldeia dos Xudreiros
A história da aldeia de Tourencinho não se pode separar da aldeia dos Xudreiros pois já em 22 de Junho de 1515 quando o Rei D. Manuel outorga o Foral dado as Terras de Aguiar da Pena, já fala da aldeia dos Xudreiros como aldeia erma e não havendo memória de ser povoada sendo que todas as suas terras ficam para a aldeia de Tourencinho a qual paga os direitos, assim como no Núcleo Antigo 264 onde discrimina o que paga cada casal pelas terras da aldeia dos Xudreiros.
Diz a lenda que nos chegou até hoje que as pessoas que viviam na aldeia dos Xudreiros foram atacadas por formigas, sendo que tiveram que fugir para a aldeia de Tourencinho. Ainda hoje são visíveis os vestígios desta mesma aldeia como por exemplo um Dólmen.
Tourencinho tem uma história ligada ao fabrico de louça preta de barro
Tourencinho ao longo de toda a sua historia, foi sempre uma aldeia onde existiam pessoas que se dedicavam ao trabalho do Barro par alem doutras atividades artesanais tais como a tecelagem do linho e lã, sendo que a mais importante era sem duvida o barro quer para fabricar a louça preta, quer no fabrico da telha no lugar do Barreiro.
Trabalho esse (telha) que só era feito nos 3 messes do Verão embora o fabrico da loiça preta era todo o ano. Havia um número muito elevado de famílias que se dedicavam ao fabrico desta louça.
Hoje Tourencinho é uma aldeia com características rurais, onde as pessoas todas se conhecem e no seu dia a dia se entre ajudam nos trabalhos agrícolas."11
Gado da raça Maronesa
"A raça Maronesa é definida como uma raça local, uma vez que permaneceu praticamente circunscrita a uma única região; primitiva, já que conserva os principais caracteres do tipo ancestral, o Uro ou Auroque ibérico; natural, pela influência preponderante do meio ambiente na sua evolução; de montanha, devido à sua estatura média, esqueleto leve, unhas duras, movimentos fáceis e temperamento astuto; e rústica, pela sua perfeita adaptação ao meio ambiente.
O seu nome oficial responde à toponímia da região mais conhecida, a Serra do Marão. Contudo, mais apropriado seria o nome de Alvanesa por ser na serra do Alvão o seu verdadeiro solar. Dentro da área de exploração é mais conhecida por Serrana, uma vez que sempre foi identificada como um animal criado nas terras de maior altitude e, fora dela, em zonas de expansão, assumiu o nome de "Penato", toponímia do principal centro de comercialização de então, o concelho de Ribeira de Pena, e ainda "gado carreiro", pela sua elevada aptidão para o trabalho de tiro."6
Fontanário do Carril - Tourencinho
O Fontanário do Carril, fica localizado em Tourencinho - Vila Pouca de Aguiar, perto da Capela de São Domingos e São Sebastião, tendo sido requalificado pelo Conselho Diretivo dos Baldios de Tourencinho e Câmara Municipal de Vila Pouca de Aguiar. No mesmo destaca-se o magnífico painel de azulejos que retrata a fabricação da louça preta em barro.
Igreja de São Sebastião - Tourencinho - Vila Pouca de Aguiar
Anta e Ponte de Cidadelha de Aguiar - Vila Pouca de Aguiar
O trajeto da Ecopista do Corgo, é interrompido na entrada da cidade de Vila Pouca de Aguiar, junto a uma rotunda com uma anta, onde o espaço canal da antiga linha férrea desapareceu na totalidade e deu lugar a uma estrada.
Neste ponto o ciclista deverá escolher seguir o nosso percurso através dos ficheiros abaixo disponibilizados ou seguir pelo centro da cidade e depois deslocar-se para as imediações do recinto desportivo onde a mesma continua. Se optar seguir o nosso trajeto irá passar pela antiga estação e imediações da Ponte da Cidadelha de Aguiar, que aconselhamos a visitar.
"Arquitetura de comunicações e transportes e arquitetura religiosa, vernácula. Ponte de arco oitocentista, com tabuleiro em cavalete assente sobre arco de volta perfeita. Capela do séc. 20, de planta centralizada, quadrangular, interiormente iluminada apenas pelo vão de acesso e teto plano de madeira.
Fachadas em cantaria aparente, terminadas em cornija e beirada simples, tendo na principal cunhais apilastrados e portal de verga recta moldurado. Interior com paredes rebocadas e pintadas, com imagem de Cristo na cruz na parede testeira e teto com pintura do Calvário. Ponte com o aparelho irregular sob as guardas, indiciando alterações do pavimento. Pequena capela, interiormente com pinturas no teto características da Casa Maranus."12
Barragem da Peneda - Chaves
"A Barragem da Peneda - 30/10/1904. Inauguração oficial da iluminação elétrica da vila de Chaves, pela empresa Agapito de Carvalho & Companhia. Potência instalada em 1993 (MW) 0.6 A Central de aproveitamento de energia elétrica mini está atualmente desativada. Hoje pratica-se aqui a pesca desportiva."13
Igreja de Nossa Senhora da Conceição - Vidago
Neorromânico. Século XX - Herança da época dourada do termalismo
A Igreja de Nossa Senhora da Conceição, situada no Vidado foi "construída na primeira metade do século XX, seguindo o modelo de muitas igrejas românicas do norte de Portugal, em voga na época. O lançamento da construção deste templo deu-se na década de 30, sendo financiado sobretudo a partir dos donativos das pessoas.
É um edifício que recolhe e reinterpreta os elementos característicos do românico, encontrando-se inserido num largo adro envolto por árvores de grande porte, apresenta planta de cruz latina com abside curva, uma aparência robusta e sóbria com os contrafortes visíveis do exterior, fachada principal com portal em arcos de volta perfeita, decorados com motivos geométricos, suportados por capitéis ornados e colunas lisas, destacando-se ainda a existência de óculo adornado a encimar o portal principal e pequena torre sineira."15
Poldrado de Curalha - Rio Tâmega - Chaves
"Poldrado de Curalha - 1889. Projetada pelo Eng. Augusto Xavier Teixeira, esta ponte de granito (poldras ou passadiço) está muito bem conservada e é utilizada para as pessoas e os animais passarem o rio."13
Moinho-Curalha - Rio Tâmega - Chaves
O Moinho-Curalha, fica situado no Rio Tâmega, em Chaves e pode ser visto quando passar o Poldrado de Curalha, referido no ponto anterior.
Lagar do azeite de Agapitos
"O antigo Lagar de Azeite, junto à Ponte dos Agapitos, produziu o azeite. proveniente da colheita dos olivais mais próximos, até finais dos anos 60."13
Pontes em Chaves
A cidade de Chaves tem uma relação de proximidade com o seu Rio Tâmega, não fosse a sua história termal e força das águas, que se traduz em numerosos parques ribeirinhos, passeios, percursos pedestres e pontes abaixo enumeradas.
- Ponte Engenheiro Barbosa Carmona;
- Ponte de Trajano, Ponte Romana de Chaves;
- Ponte Pedonal;
- Pontilhão da ETA de Santa Cruz;
- Ponte de São Roque;
- Ponte Pedonal Azenha do Agapito;
- Ponte das Caldas / Ponte do Ribelas;
- Antiga Ponte Ferroviária do Tâmega;
- Ponte central sobre a Ribeira da Torre;
- Ponte romano-medieval de Faiões;
- Ponte Mário Soares
Ponte Pedonal de Chaves
"A Ponte Pedonal de Chaves: Esta ponte pedonal em forma de barco foi construída há uma década e concebida pelo um Engenheiro flaviense, Mário Veloso."26
Património Natural da Ecopista do Corgo
O património natural da Ecopista do Corgo é muito rico e destacamos as águias e aves de rapina que nos acompanharam na viagem e a lontra que vimos quando paramos junto ao Rio Tâmega, ao chegar a Chaves. A galeria ripícola está presente nas margens dos Rios Tâmega e Corgo, mas a do primeiro pode melhor ser apreciada devido à ecopista estar mais próxima do curso de água.
Rio Corgo - Peso da Régua
O Rio Corgo tem 44 km de extensão
O Rio Corgo é um afluente da margem direita do Rio Douro que nasce em Vila Pouca de Aguiar, na serra da Padrela e deságua na cidade de Peso da Régua. O seu percurso tem uma distância de 44 km, e é aproximadamente em sua metade que passa pela cidade de Vila Real, onde se funde com seu afluente, o Rio Cabril, cujas águas vêm da Serra do Alvo. Do mirante que se encontra atrás do Cemitério de São Dinis há uma vista espetacular da confluência dos dois rios e da barragem do reservatório.3
"Logo abaixo de Vila Real e ao entrar no concelho de Santa Marta de Penaguião, o Corgo tem nas suas margens as vinhas da Região Demarcada do Douro, integrando a área classificada como Património da Humanidade pela UNESCO.
Ainda em Vila Real, o Rio tem três açudes:
- O primeiro para lazer, no complexo do Codessais, com piscinas e praia fluvial, bares e animação nas noites de Verão;
- O segundo, criando um espelho de água em frente ao Parque Florestal, inicialmente destinado à alimentação da levada (vulgo, "rio das lavadeiras") de um moinho entretanto desativado;
- O terceiro a jusante da cidade (no lugar da Ínsua, onde aflui o Rio Cabril), com o nome de Terragido, para aproveitamento hidroelétrico (produção de energia elétrica) e tratamento de águas e resíduos urbanos."4
Rio Tâmega - Chaves
"Afluente da margem direita do rio Douro, com aproveitamento do Torrão, barragem inaugurada em 1989, na freguesia com o mesmo nome, pertencente a Marco de Canaveses.
Este rio nasce na Galiza, Espanha, e entra em Portugal pelo concelho de Chaves. Sempre orientado para sudoeste, passa perto de Vidago, serve de fronteira entre os distritos de Braga e Vila Real, banha Mondim de Basto, entrando depois no distrito do Porto: Amarante e Marco de Canaveses."19
"Os terrenos férteis das margens do Rio Tâmega foram, durante séculos, destinados à agricultura de regadio."13
Serra do Alvão
A Serra do Alvão fica localizada no "distrito de Vila Real, predominantemente granítica, cuja altitude máxima é de 1330 metros, com uma orientação nor-nordeste/su-sudoeste. O Parque Natural do Alvão abrange a sua vertente oeste, prolongando-se por uma zona indefinida de transição entre esta serra e a do Marão.
A serra do Alvão faz parte da barreira montanhosa que se estende desde a Galiza até ao Douro e que contribui para as diferenças marcantes entre o litoral e o interior transmontano, no que respeita ao clima e à paisagem.
Reveste-se de aspetos geomorfológicos e paisagísticos de grande interesse como: as quedas de água do rio Olo (afluente do Tâmega, aqui nascido), em Fisgas do Ermelo, numa bancada de quartzitos; o caos granítico de Miras-Arnal; e ainda a queda de água de Moinho de Galegos da Serra, em Arnal.
Esta foi, outrora, uma região bastante povoada, pois os seus planaltos eram propícios ao pastoreio e às atividades agrícolas. Nesses locais são inúmeras as inscrições rupestres e outros vestígios antropomórficos"18
Águas de Vidago e Grande Hotel
"A descoberta das águas de Vidago verificou-se em 1863. Em 1870 nascia a Companhia de Águas de Vidago, responsável pela exploração do estabelecimento termal que abriu portas em 1873 e pela construção do Grande Hotel, inaugurado em 1874. A vila termal teve um período de esplendor, entre 1875-1877, com as visitas frequentes do Rei D. Luís I. Aqui estiveram, também, o Rei D. Carlos com a Rainha D. Amélia e o Rei D. Fernando de Saxe."7
Veiga de Chaves nas margens do Rio Tâmega
Em Outeiro Jusão fica localizada a Veiga de Chaves nas margens do Rio Tâmega, sendo constituída por um "Vale muito fértil, onde predominam as culturas de regadio. Junto às margens do Tâmega o terreno é verde e próspero do ponto de vista agrícola."13
Flora da Ecopista do Corgo
"As galerias ripícolas e o território rural são compostos por espécies autóctones com maior presença de Amieiros, Freixo-comum, Freixo-de- folhas-estreitas. Salgueiro-preto. Choupo-branco, Choupo-negro e Bétula."13
Junto às margens dos Rios Corgo e Tâmega podem ser encontrados medronheiros e cogumelos.
Fauna da Ecopista do Corgo
Junto às margens dos Rios Corgo e Tâmega podem ser encontrados javalis, perdizes, ouriços-cacheiros, esquilos, coelhos e cobras. Nas suas águas vivem lontras, trutas e nadam patos. Nos céus voam águias, cegonhas e nas margens do rio podem ser vistas garças e toupeiras de água.
Ecovia Internacional do Tâmega e Corgo
Início da Ecovia Internacional do Tâmega e Corgo
A Ecopista do Corgo a partir da freguesia de Oura, do município de Chaves, partilha o seu trajeto com a Ecovia Internacional do Tâmega e do Corgo. Se por um lado esta partilha acrescenta valor à primeira, a nível do piso, sinalização e informação, não deixa também de causar confusão, porque a dada altura já não se sabe que via estamos a percorrer. Em termos exatos a Ecopista do Corgo é aqui que termina.
Só por curiosidade no regresso no dia seguinte, o dia estava muito quente e abafado, e como iríamos ficar alojados nas Pedras Salgadas e tínhamos o horário controlado, fomos passar uma hora nas Piscinas e Restaurante da Ribeira, em Oura - Vidago - Chaves.
Descrição da Ecovia Internacional do Tâmega e Corgo
"A Ecovia Internacional do Tâmega e do Corgo resulta de uma estratégia comum dos municípios de Chaves, Vila Pouca de Aguiar, Vila Real, Santa Marta de Penaguião e Peso da Régua, que pretendem concluir esta via de 99 quilómetros, integrada na paisagem e, simultaneamente, potenciadora dos sistemas naturais e culturais existentes.
Desenvolvida no espaço canal da antiga Linha do Corgo, integra esta rede intermunicipal e internacional, garantindo a continuidade das ciclovias existentes ao longo das margens do rio Tâmega, entre Verín, a área urbana de Chaves e a vila de Vidago.
Património arquitetónico da Ecovia Internacional do Tâmega e Corgo
O caminho convida-o a conhecer o magnífico património da Antiga Linha do Comboio, com diversos elementos artísticos e históricos que testemunham a cultura ferroviária em território nacional. Poderá, ainda, viajar pela história, com sinais ancestrais de práticas agrícolas, numa paisagem marcada por vegetação ripícola.
Património natural da Ecovia Internacional do Tâmega e Corgo
Ao longo do Rio Tâmega a riqueza da fauna é indiscutível, contanto com mais de 40 espécies de aves, 5 espécies de anfíbios, 6 de répteis e 12 de mamíferos. A ecovia é caracterizada por uma diversidade paisagística única. Neste percurso vai encontrar paisagens deslumbrantes, de natureza pura, às quais as composições da flora conferem um atrativo único de cores e aromas, algumas delas acompanhando o curso do Rio Tâmega."7
História da antiga Linha Férrea do Corgo
Linha Férrea do Douro
Depois da construção da Linha Férrea do Douro, começaram a ser construídas perpendicularmente à mesma ligações para norte, onde se incluía a Linha Férrea do Corgo. Atualmente a maioria delas foi desativada, de uma forma pouco profissional e até lesiva do património público, que num país mais justo deveria ter levado à justiça os seus responsáveis, que agora até dão entrevista a falar das suas boas artes passadas de governação.
A grande maioria delas foram reconvertidas em Ecopistas, Ciclovias e Ecovias, tendo nós percorrido a sua grande maioria e feito reportagens que pode aqui consultar nesta seleção do Jornal Ondas da Serra:
- Várias reportagens do Ondas da Serra, sobre antigas vias férreas reconvertidas em Ecopistas, Ciclovias e Ecovias, num trabalho ao longo de oito anos:
- Artigos relacionados:
Descrição da Linha Férrea do Corgo
"A Linha do Corgo foi uma das primeiras linhas de via estreita (1m) a ser construída inteiramente à custa do Estado, no auge do turismo termal. Esta linha de caminho de ferro, hoje desativada, unia as localidades de Chaves e Régua. Planeada desde o Séc. XIX, como forma de ligar as estâncias termais de Vidago e Pedras Salgadas e as localidades de Vila Pouca de Aguiar, Vila Real e Chaves à Linha do Douro.
A antiga Linha foi devolvida à natureza e, hoje, é possível desfrutar de uma via pedonal e ciclável que faz a ligação entre as unidades termais, unificando, assim, o principal recurso turístico deste território, a Água!"7
Antigas locomotivas no Apeadeiro de Alvações
Créditos da foto:30 (Paço, 2016)
Características geográficas da região da Linha Férrea do Corgo
"A região onde se implantou a Linha do Corgo caracteriza-se pelo relevo muito acentuado, composto por montanhas com altitude acima dos 1000m e vales vincados. A linha do Corgo foi implantada nas margens dos rios da região, entre os quais o Corgo, o Avelames e o Tâmega.
Para respeitar as pendentes necessárias à circulação do comboio, o percurso da Linha do Corgo não é rectilíneo, essencialmente nas regiões com maior declive. Assim, para vencer uma grande cota, além de aumentar-se o percurso, construíram-se curvas com raio muito apertado, que prejudicavam o funcionamento da linha e do material circulante devido ao desgaste."30 (Paço, 2016)
Construção de caminhos-de-ferro em Portugal
Data de 1845 o primeiro documento sobre os caminhos-de-ferro em Portugal
"É de 1845 o primeiro documento oficial sobre a construção de caminhos-de-ferro em Portugal a Carta de Lei, que nos art. 2o e 3o confiava à Companhia das Obras Públicas a construção de um caminho-de-ferro desde as margens do Tejo até à fronteira com Espanha. Este documento é um importante marco na história dos caminhos-de-ferro portugueses e as suas linhas gerais são inspiradas na legislação francesa, a mais próxima e mais fácil de consultar.
Só vinte e seis anos depois se inaugurou a primeira linha portuguesa, mas não pode esquecer-se que a agitação política de então e, sobretudo, os acontecimentos de 1846 constituíam atmosfera pouco propícia para iniciativas desta ordem, sobretudo tratando-se duma absoluta inovação nos meios de transporte, a qual, por transcendente despertará mesmo na progressiva Inglaterra não poucos sorrisos de incredibilidade.
O primeiro documento oficial sobre a construção de caminhos-de-ferro em Portugal - Carta de lei, que nos art.'s 2º e 3º cometia à Companhia das obras públicas a construção de um caminho-de-ferro desde as margens do Tejo até à fronteira de Espanha."30 (Paço, 2016)
Em 1856 foi inaugurado a primeira linha férrea em Portugal
"A primeira linha ferroviária foi construída entre Lisboa e o Carregado. A inauguração oficial do percurso Lisboa-Carregado teve lugar em 28 de Outubro de 1856, dia para todos festivo e de grande acontecimento nacional."30 (Paço, 2016)
Linha Férrea do Corgo de bitola estreita
30 (Paço, 2016)
"Bitola estreita ou Via Estreita, também conhecida como via métrica, é a denominação que se dá às ferrovias cuja bitola é menor que 1 435 mm, distância interna entre trilhos. Na sua maioria, a via estreita portuguesa apresenta uma bitola de exactamente um metro 1000 mm, sendo também denominada como via métrica ou bitola métrica.
O propósito de haver uma via com "bitola mais reduzida" que a da bitola normal prende-se com o raio necessário a curvas em locais mais acidentados, onde o material circulante de via larga não poderia passar, ou que obrigaria a um esforço técnico e financeiro acrescido, pelo que está assim directamente associada a linhas de montanha."30 (Paço, 2016)
Construção da Linha Ferroviária do Corgo
"Mesmo antes da conclusão dos trabalhos da ponte sobre o rio Douro, já se tinham inaugurado vários troços da "Linha do Douro" e da "Linha do Minho" o que comprometeu, inicialmente, a ligação à rede nacional, de todas as vias a Norte do Douro. Foi construída também a estação da Campanhã que lhes servia de ponto modal.
Inícios dos trabalhos de construção da Linha Ferroviária do Corgo
A seu turno, a "Linha do Corgo" (cuja construção se eriçava de maiores dificuldades à medida que se avançava para montante do rio) via iniciados os seus trabalhos um ano depois da do Minho (8 de Julho de 1873), aberto à exploração o troço de Ermezinde a Penafiel em 30 de Julho de 1875, à Régua em 15 de Julho de 1879 e ao Pinhão em 1 de Junho de 1880. ..)
Em 9 de dezembro de 1887 inaugurava-se o último lanço da linha do Douro, do Pocinho a Barca d'Alva e a ponte internacional sobre o Águeda, facilitando-se deste modo as relações com Espanha."30 (Paço, 2016)
Evolução da construção da Linha Ferroviária do Corgo
- Início dos trabalhos: 8 de Julho de 1873;
- Início da construção do primeiro troço Régua - Vila Real: 1905;
- Aberturas à exploração:
- Troço Régua - Vila Real: 12 de maio 1906;
- Chegada a Pedras Salgadas: 15 de junho 1907;
- Chegada a Vidago: 20 de março 1910;
- Chegada ao Tâmega: 20 de junho 1919;
- Chegada a Chaves: 28 de agosto de 1921;
Linha ferroviária acompanhava o Rio Corgo
"O rio Corgo teve durante o seu trajeto entre Vila Real e a Régua a companhia da Linha do Corgo, um caminho-de-ferro de via estreita com automotoras LRV 2000 que não ultrapassam os 30 km hora, e um comboio histórico nos meses de Verão para viagens turísticas, numa viagem de cerca de 50 minutos entre as duas cidades (Régua - Vila Real).
Ao longo do trajeto pode admirar-se a magnífica vista do vale do rio, a beleza das vinhas da região demarcada do Douro, além de antigas casas senhoriais das quintas do Douro, tendo ao longe no horizonte a Serra do Marão."4
Linha Férrea do Corgo: Antigas estações, apeadeiros e pontes
PK (km): Estação/Apeadeiro
00,000 : Régua
00,900 : Rio Corgo
01,183 : Corgo
03,401 : Tanha
03,489 : Ponte da Tanha
07,188 : Alvações
11,422 : Povoação
14,269 : Carrazedo
14,362 : Desvio de Carrazedo
17,960 : Cruzeiro
25,069 : Vila Real
28,787 : Abambres
29,412 : Rio Pequeno
32,228 : Cigarrosa
32,458 : Ribeira das Pardas
34,958 : Fortunho
35,213 : Ponte de Fortunho
38,883 : Samarda
40,406 : Ponte sobre Regato do Reboredo
44,872 : Ponte sobre Ribeira Chã de Vales
45,134 : Tourencinho
48,121 : Zimão
50,443 : Parada de Aguiar
50,606 : Rio Corgo
54,187 : Vila Pouca de Aguiar
57,770 : Nuzedo
61,268 : Pedras Salgadas
64,383 : Sabroso
70,557 : Loivos
74,827 : Oura
75,788 : Sálus
76,535 : Vidago
77,121 : Ponte sobre a Ribeira de Oura
77,515 : Campilho
80,993 : Vilarinho das Paranheiras
84,601 : Peneda
87,027 : Vilela do Tâmega
88,979 : Ponte sobre Rio Tâmega
89,489 : Tâmega
94,343 : Fonte Nova
96,167 : Chaves
Património Ferroviário da antiga Linha Férrea do Corgo desativada em destaque
Ponte Ferroviária da Foz do Corgo - Peso da Régua - Antiga Linha Férrea do Corgo
Ponte Ferroviária da Tanha - Peso da Régua - Antiga Linha Férrea do Corgo
A antiga Ponte Ferroviária da Tanha, fica localizada sobre o Rio Tanha, que desagua no Rio Corgo, a poucos metros para montante, tendo feito parte da Linha Férrea do Corgo, que foi desativada. Parte desta antiga via ferroviária foi reconvertida em ecopista, havendo planos para esta secção ser também reconvertida. No entanto esta via apesar de não ter sido reconvertida é usada por muitos ciclistas de BTT, passando esta ponte pelos seus caminhos laterais.
Esta infraestrutura metálica em 2001, foi pintada para manutenção ganhando uma cor metálica, ostentando a seguinte inscrição: DECAR SA 2.5, 1 X PRIMÁRIO DE ZINCO, 2 X TINTA CIN, ANTICOR 10/2001
Apeadeiro da Tanha - Peso da Régua - Antiga Linha Férrea do Corgo
Apeadeiro de Alvações - Antiga Linha Férrea do Corgo
Estação de Povoação - Antiga Linha Férrea do Corgo
Apeadeiro de Carrazedo - Antiga Linha Férrea do Corgo
Ponte Ferroviária de Carrazedo - Antiga Linha Férrea do Corgo
Estação de Vila Real - Antiga Linha Férrea do Corgo reconvertida na Ecopista do Corgo
Estação de Vilarinho de Samardã - Antiga Linha Férrea do Corgo reconvertida na Ecopista do Corgo
A partir da antiga estação de Vilarinho da Samardã, em Vila Real, os visitantes começam a ver as Serras do Alvão e do Marão. Nesta terra cheia de encanto viveu Camilo Castelo Branco que chegou a escrever que foram “os primeiros e únicos felizes anos da sua mocidade”
Apeadeiro de Nuzedo - Vila Pouca de Aguiar - Antiga Linha Férrea do Corgo reconvertida na Ecopista do Corgo
Estação de Pedras Salgadas - Vila Pouca de Aguiar - Antiga Linha Férrea do Corgo reconvertida na Ecopista do Corgo
Apeadeiro de Sabroso - Vila Pouca de Aguiar - Antiga Linha Férrea do Corgo reconvertida na Ecopista do Corgo
Apeadeiro de Campilho - Vidago - Antiga Linha Férrea do Corgo reconvertida na Ecopista do Corgo
"O Apeadeiro Campilho foi uma interface da Linha do Corgo que servia a zona Campilho. Fonte Campilho. Em 1882, descobriu-se, casualmente, uma nascente de água mineral, na Quinta do Revolar, propriedade do fidalgo Augusto César de Morais Campilho, que, também, deu fama à região. Desde então, as águas Campilho carregam a herança de levar o nome de Vidago por todo o mundo, sendo distinguidas com vários prémios."7
Apeadeiro de Vilela do Tâmega - Antiga Linha Férrea do Corgo reconvertida na Ecopista do Corgo
"Apeadeiro de Vilela do Tâmega (20/06/1919-01/01/1990) Interface da Linha do Corgo, que servia a localidade de Vilela do Tâmega, integrada no troço entre Vidago e Tâmega. Funcionava também como habitação do respetivo chefe da estação. Apesar do estado avançado de degradação, é possível contemplar o que resta do património azulejar artístico."13
Apeadeiro de Vilarinho das Paranheiras - Antiga Linha Férrea do Corgo reconvertida na Ecopista do Corgo
Ponte Curalha - Ponte Ferroviária do Tâmega - Antiga Linha Férrea do Corgo reconvertida na Ecopista do Corgo
Créditos da Foto:21 Curalha Railroad Bridge
"Ponte de arco construída para circulação ferroviária, integrada na linha de via estreita. Em janeiro de 1921 assistiu-se com pompa e circunstância ao descintamento do arco da ponte.. celebrando o acto com música e girândolas de foguetes."13
Estação de Chaves - Antiga Linha Férrea do Corgo reconvertida em Museu Ferroviário
Créditos da foto: C. Medeiros
"Que melhor maneira de fazer uma viagem no tempo que de andar na zona da antiga Estação Ferroviária de Chaves onde ainda hoje fica uns traços da existência do comboio na cidade. A Estação de Chaves que foi inaugurada em 1921, era o terminus da Linha do Corgo que ligava Chaves a Régua, um percurso de 96 km que demorava cerca de 3h30m. Não é tão longe o ano quando a estação encerrou no dia 1 de Janeiro de 1990."14
Antigas estações e apeadeiros degradadas ou destruídas
Nós sempre que passamos nestas antigas vias ferroviárias perguntamos como foi possível as terem encerrado sem pelo menos terem salvaguardado as antigas estações e apeadeiros, com grande valor histórico e patrimonial preservando as suas condições. Como não podemos colocar fotos de todas vamos pelo menos salvar a sua memória chamando-as pelos seus nomes: Cruzeiro, Alvações, Abambres, Fortunho, Zimão, Parada do Aguiar, Loivos, Salus e Vilela do Tâmega.
Depois há aquelas infraestruturas como é o caso da antiga Estação de Vila Pouca de Aguiar, que apesar de ter sido preservada, o espaço-canal foi destruído para dar lugar a uma estrada, ficando a mesma desprovida do seu enquadramento. Apesar de tudo vale mais isto do que a destruírem como foi o caso da de Viseu, que servia duas linhas também desativadas, do Vouga e Dão, que já percorremos também.
Monumento do 75º aniversário da chegada do primeiro comboio a Vila Real
Chegados ao nosso destino, antes de irmos descansar para o alojamento particular disponibilizado, paramos para apreciar uma homenagem de Vila Real, que assinalou o 75º aniversário da chegada do primeiro comboio à cidade em 1 de abril de 1981, através num monumento que exibe uma das últimas locomotivas, a vapor, que refulgiu nesta linha, a composição MD 409, com o nº de fabrico, 8916, construída em 1908, por Henshel & Sohn Cassel.
Movimento Cívico pela Linha Férrea do Corgo
"Depois do encerramento do último troço, que fazia a ligação entre Vila Real e Peso Régua, surgiu o movimento cívico pela reativação da Linha do Corgo, denominado, Movimento Cívico pela linha do Corgo (MCLC). Este movimento cívico representa a vontade de um conjunto de pessoas em reactivar a linha, que se tinha manifestado activamente contra o encerramento.
É importante compreender se esta possibilidade, em função de uma nova realidade urbana e em função do declínio de conservação do espaço-canal ao longo do tempo, é possível. Neste âmbito, existem algumas propostas e estudos de reactivação do traçado ferroviário onde consta, não só a reposição da linha, mas também a requalificação e mudança de uso de estações e apeadeiros."30 (Paço, 2016)
"Movimento Cívico pela Linha do Corgo (MCLC), foi criado por um grupo de cidadãos que se uniram desde 1990 após o encerramento da Linha do Corgo. Defendem a preservação, manutenção e reabertura da Linha do Corgo.
Este Movimento tornou-se ainda mais evidente quando o troço Régua-Vila Real foi encerrado a 25 de Março de 2009, decisão a qual o Ministério das Obras Públicas, Transportes e Comunicações deixou deliberadamente arrastar-se, com o repetido e repetitivo intuito de acabar com caminho-de-ferro de Trás-os-Montes e Alto Douro. O Movimento Cívico Pela Linha do Corgo, reivindica a reactivação da linha do corgo, pela recuperação do transporte de passageiros e mercadorias, por um projecto de turismo sustentável numa viagem pelas encostas do Douro."30 (Paço, 2016)
Degradação e destruição do espaço-canal da antiga Linha Férrea do Corgo
Antigos espaços-canais foram abandonados, destruídos, tomados, adaptados ou negligenciados
De um modo geral os antigos espaços-canais por onde circulavam os comboios foram abandonados, destruídos, tomados, adaptados ou negligenciados. O erro foi minorado com a adaptação de muitos deles a Ecopistas, Ecovias e Ciclovias, como foi o caso da Ecovia do Corgo.
Espaço da Ecopista do Corgo difere muito daquilo que era enquanto estrutura ferroviária
"Este espaço, na atualidade, difere muito daquilo que era enquanto estrutura ferroviária. Deparamo-nos, ao longo da sua extensão, com ritmos contrastantes. O espaço-canal abandonado rapidamente dá lugar a um espaço-canal que outrora se transformou em caminho ou um espaço-canal que atualmente é utilizado como ciclovia ou ecopista e, ao mesmo tempo, como rua.
Outrora, o espaço-canal ocupado pelo caminho-de-ferro fluía sem impedimentos da estação da Régua até Chaves. Nos cruzamentos com o sistema viário, em todas passagens de nível, era o comboio que tinha prioridade, quer fosse pela existência de passagem de nível com guarda, quer fosse sem guarda. A estrutura viária alterou- desde o encerramento da linha, no início da década de noventa."30 (Paço, 2016)
Espaço-canal apropriado por entidades públicas
"O antigo canal ferroviário, devido ao seu abandono, foi motivo para a ocupação e apropriação, por parte de entidades públicas e particulares. Este facto verifica-se em Chaves e em Vila Real. As situações de ocupação do espaço-canal são verificadas em equipamentos públicos, em edifícios privados como habitações e em edifícios industriais de comércio e arrumos. Estes momentos de ocupação seccionam o espaço-canal, tornando-o impraticável.
Não foi possível compreender o motivo desta ocupação tão massiva nesta área. Verifica-se que os espaços ocupados foram alvo de permutas ou venda; outros, por se tratar de equipamentos de interesse público, é pouco claro a forma como foi feita a ocupação. A construção da Auto- estrada A 24 criou momentos de ocupação e apropriação do espaço-Canal."30 (Paço, 2016)
Linha do Corgo perdeu protagonismo com o encerramento
"A antiga Linha do Corgo, assim como tantas outras linhas similares, perdeu protagonismo com o seu encerramento e com a evolução dos transportes rodoviários, o que originou a perda da hegemonia inicial que a linha tinha."30 (Paço, 2016)
Tipos de degradação do espaço-canal da antiga Linha Férrea do Corgo:30 (Paço, 2016)
- Espaço-canal degradado e relação com a rede viária;
- Espaço-canal por edifício privado;
- Ocupação e apropriação do espaço-canal na Estação do Tâmega;
- Ocupação e apropriação pela Auto-estrada A24 em Vilarinho da Paranheiras;
- Ocupação e apropriação do espaço-canal pela A24 em Fortunho;
- Momento de alterações urbanas - Estações de Chaves, Vidago, Pedras Salgadas e Vila Pouca de Aguiar;
- Espaço-canal degradado - Estação de Abambres;
- Espaço-Canal convertido em caminho, ciclovia e locais de estadia;
- Espaço-canal convertido em ciclovia e locais de cruzamento;
- Espaço-canal degradado em muitos outros locais por onde no passado os comboios circulavam;
Mapa e ficheiros de tracking GPS dos Ecopista do Corgo para download
Faça aqui o download dos ficheiros GPS para seguir o percurso da Ecopista do Corgo, na sua totalidade, onde estão incluídos os dois trajetos, o que ainda não foi reabilitado, entre a cidade de Peso da Régua e Vila Real e o que já está reabilitado entre Vila Real e Chaves. Se desejar mais informação leia o nosso artigo desde o começo e consulte a ficha técnica.
A pasta compactada ZIP, abaixo inserida contém os seguintes ficheiros:
- ecopista-corgo-tracks.csv
- ecopista-corgo-tracks.gpx
- ecopista-corgo-tracks.kml
- ecopista-corgo-tracks.tcx
Clique aqui para fazer o download dos ficheiros
Percursos Pedestres que partilham o percurso com a Linha Férrea do Corgo
- PR2 - Percurso Pedestre Corgo Norte – Vila Real
- PR8 - Trilho do Corgo, Faiões - Chaves
- Trilho interpretativo da aldeia de Zimão
- PR1 - Trilho da Ribeira de Oura - Chaves
- Rota termal da água, Verín - Chaves - Vidago
Avaliação da Ecopista do Corgo
- Ambos os percursos descritos neste artigo, não reabilitado e por reabilitar são muito ricos a nível do património arquitetónico, natural, ferroviário, paisagístico, histórico, gastronómico e vinícola. Percorrer estes dois trilhos é uma bela forma de conhecer um pouco desta região. Nós já o fizemos em diferentes estações e sempre encontramos novos motivos de interesse, cores, sabores, aromas e paixões.
- Percurso não reabilitado Régua - Vila Real:
- Este percurso apesar de não ter sido reabilitado está em muito boas condições para circular, para caminhar e andar de bicicleta, na modalidade de BTT;
- O piso tem ainda um pouco de gravilha, mas nada de especial para quem pratica BTT;
- O percurso foi limpo de a vegetação em excesso que antigamente em alguns pontos quase impediam a circulação;
- Ter atenção que há dois pontos onde se deve ter cuidado, na passagem da Ponte Ferroviária da Tanha e ao chegar ao antigo apeadeiro de Povoação, onde existe uma berma com um grande declive, sem proteção;
- Percurso reabilitado entre Vila Real - Chaves;
- O piso é muito diversificado, onde encontramos terra batida, betuminoso de boa e má qualidade, paralelos e passadiços;
- A nível da sinalização a mesma deixa muito a desejar:
- Falta de sinalização em alguns pontos onde a Ecopista do Corgo se cruza com estradas;
- Falta de mapas com o percurso e local onde os visitantes se encontram, bem como dos quilómetros percorridos;
- Falta informação sobre o património natural, arquitetónico e ferroviário por onde se passa e nas imediações que pode ser visitado;
- A Ecopista do Corgo, partilha o seu percurso a partir da freguesia de Oura - Chaves, com a Ecovia Internacional do Tâmega e Corgo. A partir deste ponto algumas das deficiências acima apontadas melhoram, mas também causam alguma confusão porque a dado momento já não se sabe o que estamos a percorrer, devido à falta de informação.
- Em termos de preservação do espaço canal, por onde no passado circulavam as composições pela Linha Férrea do Corgo, a mesma foi destruída em alguns pontos, para serem construídos projetos públicos, estradas, casas particulares, rotundas ou caminhos particulares, ou pura e simplesmente serem deixados ao abandono. Sobre este tema foi feito um levantamento minucioso que pode ser lido na dissertação abaixo referenciada:
- "A linha do Corgo revisitada: o significado do traçado desativado entre Régua e Chaves.",30 (Paço, 2016);
Onde Comer na Ecopista do Corgo
Os restaurantes abaixo referidos foi onde almoçamos ou jantamos quando percorremos a Ecopista do Corgo, e de um modo geral ficamos muito satisfeitos e acompanhamos sempre as refeições com bom vinho duriense.
- Restaurante Ferreirinho - Vila Real:
- Endereço: R. Dr. Augusto Rua 39, 5000-556 Vila Real, Telefone: 259 469 225
- Casa de Pasto Adão - Vila Real:
- Rua da Estação de Gare. Mareus, Vila Real, Telefone: 259 322 541
- Restaurante "O Conde" - Pedras Salgadas - Chaves
- R. Ernesto Paralelo 5 - Pedras Salgadas, Telefone: 259 433 000
- Restaurante "Chave D'Douro" - Chaves
- Alameda Tabolado 5, 5400-523 Chaves, Telefone: 276 331 180
Contactos úteis da Ecopista do Corgo
- SOS Emergência: Telefone: 112
- Posto de Turismo Vidago: Telefone: 276 999 217
- Posto de Turismo Chaves: Telefone: 276 348 180
- Posto de Turismo Alto Tâmega: Telefone: 276 009 146
Caminhe no distrito de Aveiro e pedale de bicicleta pelo norte de Portugal
O distrito de Aveiro tem dezenas de caminhadas e percursos pedestres muito bonitos, na serra, junto do mar, ria e rios, que pode aproveitar para os conhecer. No norte de Portugal há muitas ciclovias, ecovias e ecopistas que se pode percorrer, a caminhar ou de bicicleta, muitas delas por antigas linhas ferroviárias, agora convertidas em pista para as pessoas passearem.
Créditos e Fontes pesquisadas
Texto: Ondas da Serra, com exceção do que está em itálico e devidamente referenciado.
Fotos: Ondas da Serra, com exceção das que estão referenciadas
1 - https://www.ippatrimonio.pt/pt-pt/ecopistas-ip-patrimonio/ecopista-do-corgo
2 - https://www.ciclovia.pt/ciclovias/1norte/4vreal/lcorgo/lcorgo.php
3 - https://www.infopedia.pt/artigos/$rio-corgo | https://www.minube.pt/sitio-preferido/corgo-and-cabril-rivers-a146629
4 - https://pt.wikipedia.org/wiki/Rio_Corgo
5 - Folheto Ecopistas de Portugal - Ecopista do Corgo - Infraestruturas de Portugal, IP Património SA, Av. de Ceuta Estação de Alcântara-Terra, 1300-254 LISBOA - Portugal
6 - http://anidop.iniav.pt/index.php/racas/racas-autoctones/bovinos/maronesa
7 - Painel informativo colocado no Ecovia do Corgo, no interior do antigo apeadeiro de Campilho, da responsabilidade do Município de Chaves e Turismo de Portugal
8 - Ponte Ferroviária do Tâmega - Ponte-Curalha, foto https://www.flickr.com/photos/bridgink/, autor Bob;
9 - Museu do Douro - Regiao-demarcada-do-douro
10 - Painel informativo colocado junto à Capela de Nossa Senhora de Guadalupe, inserida no PR2 - Percurso Pedestre do Corgo Norte - Vila Real
11 - Tourencinho – A Aldeia | ACRTX Tourencinho
12 - http://www.monumentos.gov.pt/Site/APP_PagesUser/SIPA.aspx?id=3641
13 - Painéis informativos colocados na Ecopista do Corgo e Ecovia Internacional do Tâmega e Corgo, da responsabilidade do Município de Chaves
14 - A Estação e o Museu Ferroviário de Chaves
15 - Painel informativo colocado junto à Igreja de Nossa Senhora da Conceição, integrado na Rota termal e da água Verín-Chaves-Vidago, da responsabilidade do Município de Chaves
16 - Capela de Ermida concluída após dois anos de obras (avozdetrasosmontes.pt)
17 - https://www.cm-pesoregua.pt/pages/721?poi_id=172
18 - https://www.infopedia.pt/artigos/$serra-do-alvao
19 - Rio Tâmega - Infopédia (infopedia.pt)
20 - Rio Corgo - Infopédia (infopedia.pt)
21 - Foto: Curalha Railroad Bridge (Curalha, 1900) | Structurae
22 - Viaduto do Corgo – Wikipédia
23 - Auto-Estrada Transmontana - Viaduto do Corgo
24 - Descubra os projetos Secil — Viaduto Vila Pouca de Aguiar
25 - A24 – Ligamos o Interior Norte a Portugal e à Europa
26 - As Pontes de Chaves sobre o rio Tâmega – Chaves
Pesquisas bibliográficas
30 - do Paço, M. H. S. (2016). A linha do Corgo revisitada: o significado do traçado desativado entre Régua e Chaves.
31 - Foto: Pereira, G. M. (2009). Os caminhos-de-ferro do Douro: história e património. Texto escrito para a exposição de fotografia «Le train au Portugal» de Dario Silva e Alberto Aroso, patente no Espace Jacques 1er d’Aragon (Montpellier, França) entre, 25.