Fazer (29)
Ovar foi plantado entre o mar e a ria conferindo-lhe características únicas para a prática de desportos náuticos. Dotado de grande beleza natural nem sempre bem aproveitada e muitas vezes desmazelada possui ainda uma mancha verde com pinheiro mediterrâneo e um cordão dunar que fazem o que podem contra o avanço do mar, até quando é uma incógnita. Gente alegre que celebra como ninguém o seu Carnaval que dizem ser o melhor de Portugal sob o lema “Vitamina da Alegria”. Mas Ovar tem muitos outros tesouros à espera de serem descobertos por quem visitar esta terra vareira, que é um museu a céu aberto para os amantes da azulejaria.
O concelho vareiro durante o século XIX e meados do século XX possuía muitos palheiros, casebres com uma construção deficiente que muitas vezes não passavam de um amontoado de tábuas que ao olhar ameaçavam ruir a qualquer instante. Estas fracas habitações de gente pobre, muitas vezes com chão em areia, forneciam alojamento aos pescadores que viviam em sobressalto com o que o mar lhe oferecia em dias de bonança. Os temos felizmente mudaram e agora a prosperidade ditou que Ovar se tornasse um ponto de interesse turístico, com as suas praias, ria, gastronomia e cultura. Aqui ficam algumas propostas de alojamento para quem se desloque a esta região.
Emerenciano Rodrigues, artista plástico vareiro, com ateliê no Porto, inaugurou no Museu de Ovar, em 11 de fevereiro último, a exposição “A minha alma está na escrita”, que vai estar patente na Sala dos Fundadores até ao próximo dia 4 de março.
Fomos pedalar com os “Amigos Bué Cansados”, grupo vareiro criado em 2005 por Fernando Elvas, José Tavares Oliveira Elvas e José Polónia, e nas próximas linhas vai ficar a conhecer um pouco da história destes "cavaleiros das duas rodas".
Fomos de Ovar a Esmoriz pela Estrada Nacional 109. Em vez de virarmos para a Avenida da Praia, perto do edifício da Junta, seguimos mais alguns metros pela Av. 29 de Março, até encontrarmos, do lado esquerdo, o n.º 779. Filipe Octávio Fernandes, que foi o nosso anfitrião, é diretor de vendas da Tanoaria JOSAFER, mais conhecida pela designação antiga Tanoaria Farramenta. Esta indústria de fazer pipos tem uma grande tradição e Esmoriz orgulha-se de ser a capital da tanoaria em Portugal.
Longes vão os tempos em que Ovar alimentava com a sua sardinha em conserva os vareiros da terra, as populações vizinhas, os tripeiros e os durienses. As viagens para o Porto no começo feitas por carros de bois deram lugar à locomotiva e o negócio prosperou, mas isso foi em tempos que já lá vão. Esse comercio pode ter acabado mas ficaram as memórias e uma Avenida da Régua para relembrar esses tempos. Atualmente este concelho além de continuar a oferecer belos pratos de sardinhas e lulas, especialmente no Furadouro, a sua oferta aumentou e diversificou-se, aqui ficam as casas da restauração vareira.