Meitriz Aldeia de Portugal - Arouca
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- Meitriz bela aldeia de Arouca a 250 metros de altitude
- Localização da aldeia de Meitriz
- Meitriz – Aldeia de Portugal – Janarde - Arouca
- Meitriz aldeia de xisto com traça tradicional
- Meitriz brotou das Serras de Montemuro e Arada
- Meitriz terra de socalcos onde em tempos se cultivou
- Praia Fluvial de Meitriz
- Parque de merendas de Meitriz
- Gastronomia de Meitriz – Janarde - Arouca
- Festividades religiosas de Meitriz – Janarde - Arouca
- Meitriz e Cortegaça do casario coberto de laje
- A moderna ponte de Meitriz veio substituir os barqueiros
- A nova ponte de Meitriz fica desenquadrada das casas em xisto
- História de Meitriz – Janarde - Arouca
- O abade Godinho foi o primogénito administrador de Metriz
- O Rio Paiva é maior rio que banha terras de Arouca
- Rio Paiva um dos cursos de água menos poluídos da Europa
- Factos históricos da freguesia de Moldes - Arouca
- O estremecimento do Vale do Paiva com ravinas de meter medo
- Paradinha Aldeia de Portugal
- História político-religiosa de Moldes – Arouca
- Os ataques do mouro Almançor destruíram a igreja de Moldes
- A antiguidade da freguesia de Moldes é anterior ao primeiro milénio
- Moldes já se chamou Santo Estevão do Vale de Moldes e tem vindo a perder população
- A criação da freguesia de Janarde não foi pacifica e teve contenda na justiça
- São Barnabé padroeiro de Janarde
- Janarde tem perdido população desde 1960
- A exploração do volfrâmio durante a 2ª Guerra Mundial
- Pontos de interesse em Meitriz
- Pontos de interesse em Janarde
- Pontos de interesse em Regoufe – Covelo de Paivó
Meitriz bela aldeia de Arouca a 250 metros de altitude
“Meitriz é uma bela aldeia da freguesia de Janarde, no concelho de Arouca, com telhados de lousa, e apenas a 250 m de altitude. Confina com o Rio Paiva, sendo muito procurada a praia fluvial de Meitriz. Meitriz faz parte de um conjunto de aldeias tradicionais situadas no extremo sudoeste do concelho de Arouca. Trata-se de um património único, que revela um cenário de rara beleza. A aldeia conserva a sua rusticidade e identidade cultural, tornando-se ponto de visita obrigatório. As casas de xisto, cobertas de lousa.” 6
Localização da aldeia de Meitriz
A aldeia de Meitriz fica localizada junto ao Rio Paiva, a 22 km da vila de Arouca. Se vier de automóvel pela Variante à N326, em direção a Arouca, um pouco antes desta cidade, deve virar à direita em direção à freguesia de Moldes. Depois de passar pela aldeia de Ponte de Telhe, com uma visão excelente panorâmica do Rio Piava, deve virar à esquerda em direção a uma ponte, no fundo do vale e não ir em frente para a aldeia de Rio de Frades. Durante este trajeto esteja atento que a dada altura irá ver do seu lado esquerdo uma aldeia em xisto, com outra praia fluvial, trata-se da Aldeia da Paradinha, que brevemente iremos relatar.
Irá depois passar pela aldeia de Janarde, onde pode parar para ver a aldeia que não é muito grande e começa o pequeno percurso pedestre PR5-Livraria do Paiva e Icnofósseis de Mourinha em Janarte, esteja com atenção para encontrar passados poucos quilómetros uma placa que assinala uma estrada à esquerda que desce para o fundo do vale até à aldeia de Meitriz. Foi construído há poucos anos uma moderna ponte de onde já se pode ver a praia fluvial a montante. O caminho para esta aldeia tem muitas curvas sinuosas e algumas ravinas profundas que têm tanto de belo como de perigoso, por isso é necessário fazer uma condução segura.
Morada: Aldeia de Meitriz - 4540-403 Covêlo de Paivó e Janarde - Arouca
Meitriz – Aldeia de Portugal – Janarde - Arouca
“Meitriz foi a primeira aldeia arouquense a ser considerada «Aldeia de Portugal». Em Meitriz não há tormentas, há calma, quietude, uma imensidão de verde e um correr cristalino de água, que reflete o acastanhado e o acinzentado da ardósia e do xisto das casas. Quando vista ao longe, a aldeia mostra ainda, com orgulho, os caminhos e os socalcos agrícolas.” 1
Meitriz aldeia de xisto com traça tradicional
“A traça tradicional, o enquadramento verde e uma praia fluvial são marcas da aldeia de Meitriz. Banhada pelo rio Paiva, Meitriz preserva os traços de antigamente nas casas, de xisto e lousa, nos caminhos, e nos socalcos agrícolas.” 2
Meitriz brotou das Serras de Montemuro e Arada
“Enquadrada entre duas serras, a de Montemuro e a de Arada, desfruta de uma paisagem singular, para a qual contribui ainda o rio Paiva que ali passa.” 2
Meitriz terra de socalcos onde em tempos se cultivou
“Ainda hoje, neste espaço natural de rara beleza, a lavoura é a principal atividade da população, como poderá observar num passeio obrigatório pela povoação. Deixe-se envolver pela beleza natural de Meitriz e pela sua identidade própria, com os socalcos a revelarem o seu cariz vincadamente rural.” 2
Praia Fluvial de Meitriz
A Praia Fluvial de Meitriz, ladeada de floresta ripícola, possui excelentes qualidades para nadar, observar pássaros ou pescar se tiver as licenças adequadas. No pico do verão possui uma estrutura de apoio aos visitantes.
Parque de merendas de Meitriz
Junto da Praia Fluvial de Meitriz aproveitando a frondosa floresta, foi construído um refrescante parque de merendas com mesas em madeira. Os homens como gostam de fazer grelhados podem aproveitar os seus assadores, quem sabe porque o calor puxa a sede, ou seja, resquícios do caçador que foi em tempos. Durante a refeição pode apreciar a vista das águas correntes do rio, que por vezes se faz convidado do repasto, como por vezes personagens de ocasião, porque comida e bebida graciosas sempre fizeram duradouras amizades.
Gastronomia de Meitriz – Janarde - Arouca
“Ao nível gastronómico, encontra nas proximidades da aldeia os pratos típicos de cabrito assado com arroz de forno, o cozido à portuguesa, a sopa seca e broa de milho, a vitela arouquesa e o cabrito da Gralheira. Tradicionalmente, os trabalhos manuais desenvolvidos na aldeia passam pela saborosa broa de milho e enchidos, e pelo fabrico de trabalhos em madeira, nomeadamente, carros de bois.” 2
Festividades religiosas de Meitriz – Janarde - Arouca
A aldeia veste-se de gala para as suas celebrações religiosas: aqui comemora-se a Santa Bárbara, no primeiro domingo de maio, a Nossa Senhora de Fátima, no último domingo de agosto e Santo António e São Sebastião, ambos a 4 de dezembro.
Meitriz e Cortegaça do casario coberto de laje
Meitriz e Cortegaça merecem referência especial, a primeira pela beleza do conjunto que formam o casario grandemente coberto de laje, os campos e o rio.
A moderna ponte de Meitriz veio substituir os barqueiros
A moderna ponte de Meitriz, em betão armado, foi inaugurada em 8 de setembro 2001, relembrando que por mais visão romântica que tenhamos do passado, as garras do progresso tudo alcançam para o bem neste caso, para o mal em muitos outros e neste empobrecendo a harmoniosa vista.
Em tempos que já lá vão, sem tão prestável ponte, os barqueiros cruzavam o rio, para entregar pessoas e bens, quase sempre em segurança, na outra margem. Podemos imaginar no inverno, a borrasca a fazer perigar a travessia, com o seu fortalecido caudal. Parece que estamos a ver os infortúnios da História Trágico-Marítima do Frei Bernardo de Brito e os náufragos esbracejando sem saber nadar, arremetendo acima das águas, dando grandes arrotos ou vendo sua carne dilacerada pelas rochas cortantes ou pregos das naus.
A nova ponte de Meitriz fica desenquadrada das casas em xisto
"Muito recentemente, foi aberta uma estrada em direção ao rio, para ali ser construída uma ponte para ligação à parte do lugar que fica do outro lado do rio. A obra é de inquestionável utilidade, mas a intromissão estética que representa num conjunto invulgarmente harmonioso suscita-me algumas reservas. Quando a Cortegaça tem uma localização semelhante a Drave, sendo, todavia, mais pequena e menos encovada.” 5
História de Meitriz – Janarde - Arouca
Segundo um mapa que consultamos da aquisição a doação de bens temporais no concelho de Arouca entre 925 e 1226, Meitriz foi doada e ficou na posse da família Godinho, entre 1064 a 1114. Há outras terras desta região que já visitamos e que pertenceram também a esta família, Janarde, Regoufe, Covelo, em Arouca e Covas do Montes e Covas do Rio, já em São Pedro do Sul. 7
O abade Godinho foi o primogénito administrador de Metriz
“Do segundo período a considerar abrange os anos de 1064 até 114, datas-limite que passamos a justificar. O superior que mais se evidencia durante este espaço de tempo é Godinho, a quem se dirige a maior parte dos legados.” 7
“A partir de então, teremos Godinho que, na sua dupla função de padroeiro e abade, devia ter exercido uma extraordinária influência na região de Arouca, pois a ele se dirigem numerosas doações, e algumas de avultados bens. Mas, para além disso, Godinho adquiriu, também, propriedade por compra ou troca e soube lutar pela posse de outras, frente à justiça, demonstrando grande interesse pelo seu crescimento e manutenção do domínio material da instituição.
O núcleo inicial de bens continuará a alargar-se, estendendo-se pelas zonas confinantes da primitiva «vila» de S. Pedro, Castro, Cartamil, Moldes e Romariz.” 7
O Rio Paiva é maior rio que banha terras de Arouca
“O rio Paiva situa-se no centro-norte de Portugal continental e está incluído em território da Rede Natura 2000, correspondendo ao Sítio de Interesse Comunitário (SIC) Rio Paiva. Com aproximadamente 110 km de extensão, o Paiva nasce no planalto da Nave, na Serra de Leomil, no concelho de Moimenta da Beira a cerca de 1 000 m de altitude e desagua em Castelo de Paiva, na margem esquerda do rio Douro.” 3
“Afluente principal da margem esquerda do Douro, nascido na serra de Leomil, é um rio típico de montanha. Corre quase sempre no fundo de desfiladeiros de vertentes abruptas; no entanto, nas suas margens formam-se, por vezes, praias fluviais (Paradinha, Areinho, Janarde, Meitriz, Vau e Espiunca). As suas águas são das menos poluídas da Europa e as suas margens estão, em alguns locais, cobertas de uma vegetação rica e pouco degradada. O escoamento anual médio é de 696 hm3. Tem dez bacias elementares e a área da bacia é de 795,185 km2.” 4
Rio Paiva um dos cursos de água menos poluídos da Europa
“Nestas águas cristalinas é obrigatório um mergulho se por aqui andar em época quente. Neste que é um dos cursos de água menos poluídos de toda a Europa, pode também praticar rafting.” 2
Factos históricos da freguesia de Moldes - Arouca
Para percebermos um pouco da história de Meitriz, pesquisamos Moldes que é anterior à fundação da nacionalidade. Quem passar por Moldes em direção a São Pedro do Sul, não faz ideia que por aqui já pelejaram cristão e sarracenos, mais conhecidos por mouros e com conotação ofensiva se for no âmbito das paixões clubísticas de futebol.
Um grande guerreiro seguidor de Alá, de nome Almançor espalhou a desgraça nesta região há muitos séculos e o seu nome era sinônimo de terror para estes povos. No virar do primeiro milénio, os nobres do Condado Portucalense iniciaram a Reconquista e foram expulsando no começo com facilidade os mouros para sul. No entanto eles organizaram-se, buscaram melhores armas e contra-atacaram reconquistando terrenos perdidos.
O estremecimento do Vale do Paiva com ravinas de meter medo
Esta estrada liga Moldes a Paradinha, Janarde, Meitriz e Regoufe, cada uma delas encerra tesouros históricos e do património natural e arquitetónico, dignos de ver. Por este caminho vislumbra-se no fundo das ravinas o Vale do Paiva, por onde corre livremente, um dos melhores rios de águas bravas de Portugal. Não é fácil a condução para os mais sensíveis que têm motivos de sobra para a cautela e não se deixarem intimidar por tão grandes, mas por vezes vãs belezas.
Viver nestas serradas serranias é penoso, mas desde sempre este povo demonstrou uma resiliência que lhes permitia não abandonar a fértil terra e regressar depois de serem incontáveis vezes atacados e virem os seus parcos bens destruídos. Foi preciso esperar pelos séculos XX e XXI, para sem batalhas ou inimigos do reino, os jovens cavaleiros partirem com sua dama, em busca de melhores vidas, deixando as casas em xistos aos fracos velhos e os socalcos da terra à erva daninha alastrar.
Leia também: Fuste - Moldes | Rota do Ouro Negro
Paradinha Aldeia de Portugal
“O xisto e a ardósia dominam o casario de Paradinha, uma aldeia da freguesia de Alvarenga, em Arouca, nascida na montanha e a ela encostada. O rio Paiva e a paisagem natural de montanha criam um enquadramento especial a esta pequena aldeia que é um recanto de outro tempo para descobrir.
Durante a viagem, comece por se embrenhar na magnífica vista enquanto envereda por uma estrada antiga pontuada de curvas e contracurvas. Para começar a visita, pode subir ao miradouro “Mira Paiva”, um ponto panorâmico sobre toda a área abrangente até ao rio Paiva, na sua margem direita. A partir deste local, desfrute de uma panorâmica ampla, de onde pode observar a aldeia da Paradinha, com o seu casario de xisto e ardósia, os pequenos campos de cultivo em socalcos e a praia fluvial.
Depois desça à povoação. Além das casas tradicionais, aqui encontra muitas marcas das antigas tradições e quotidiano do local, como mós, moinhos, carros de bois, arados e outros utensílios ligados à agricultura, mas também eiras, canastros, espigueiros, fornos, adegas, lareiras e lagares de azeite que faziam parte do quotidiano de outros tempos. Já a paisagem auditiva é marcada pelo correr constante das águas do rio Paiva, música tranquila para os ouvidos de quem percorre a aldeia. O som já encantou muitas pessoas que, em agosto, têm ocorrido ao concerto “Sons da Água”, que tem lugar a praia fluvial. O rio Paiva, além de conferir colorido e frescura ao local, é também palco para a prática de diversos desportos radicais. Não perca a oportunidade de caminhar pelos trilhos e apreciar as cores da natureza na diversidade de vegetação que a aldeia abraça, tornando-a um local de rara beleza.
A tradição cultiva-se em tarefas ligadas à produção de diversos produtos típicos, como azeite, mel e velas, além da tecelagem do linho e das redes. Os trabalhos anuais combinam com as atividades tradicionais da aldeia que se desdobram pela sementeira, desfolhada, vindimas, matança do porco e pesca. Uma altura festiva para visitar Paradinha é durante a festa em honra da sua padroeira, a Senhora da Saúde, que acontece em agosto, e que, por um dia, enche a aldeia e a sua pequena capela.” 2
História político-religiosa de Moldes – Arouca
“No primeiro quartel do século X, duas regiões, nascida da Reconquista, se destacam no ocidente peninsular: uma, o condado portucalense, sustentado por uma família condal influente e com interferência na própria monarquia leonesa; outra, o condado de Coimbra, dirigido também por alguns fidalgos aparentados, embora sem a relevância dos condes portucalenses.
Os ataques do mouro Almançor destruíram a igreja de Moldes
As fáceis vitórias cristãs dos primeiros séculos da Reconquista tiveram em breve o seu contraponto, nos avanços das armas muçulmanas e nas derrotas que estas foram infligindo, particularmente em fins do século X, sob o comando de Almançor. O condado do sul perder-se-á quase totalmente e o condado portucalense sofre também as suas investidas, que afetaram mesmo a região de Arouca, com a destruição da igreja de Moldes. (1).
"As vicissitudes por que passa esta igreja de Moldes e a população circundante, relatada neste documento, são bem elucidativas do clima de instabilidade que se vivia nesta fase da Reconquista. As armas muçulmanas ermam a região, alguns anos após 925 (o documento refere post multos annos), mas, ainda antes de 975, a população havia voltado a restaurado a igreja. O perigo atemorizava momentaneamente os povos, mas as raízes que os prendiam à sua terra natal eram mais fortes.
Nesse ano de 975, houve nova depredação em Moldes e o repovoamento e reconstrução da igreja só veio a efetuar-se em 1001, facto compreensível se nos lembramos de que, exatamente em 987, Almançor ataca Coimbra e, em 997, avança pelo território entre Douro e Minho, flagelando as regiões e espalhando o pânico entre os cristãos. Mas, apenas alguns anos volvidos sobre estas incursões, já de novo as populações rurais voltavam para trabalhar os campos e reerguer as igrejas, símbolo da proteção e segurança que ambicionavam em tempos tão conturbados.” 5
“Moldes, cujo orago é Santo Estevão, foi separada do antigo Couto de Arouca, dando-se a desanexação da freguesia de Arouca em 31 de Dezembro de 1845.
Num documento de 1091 dá-se conta de que no Séc. IX, na dura época da reconquista, o território desta freguesia foi despovoado, sendo destruída a igreja existente na área, para ser restaurada mais tarde. Ocorrendo nova fuga de população cristã em 975, veio a zona a ser definitivamente repovoada no ano de 1001. " 5
A antiguidade da freguesia de Moldes é anterior ao primeiro milénio
As referências a Moldes são muito antigas: a primeira confirmada data de 951, numa doação ao mosteiro de Arouca, sendo então referido Molides, provavelmente derivado de Riu de Molinus, nome primitivo do ribeiro que atravessa a freguesia. Mas já em 1020 e em 1052 surge a designação actual.
Moldes já se chamou Santo Estevão do Vale de Moldes e tem vindo a perder população
A freguesia foi outrora conhecida por Santo Estevão do Vale de Moldes.
"O censo em que a freguesia se mostrou mais populoso foi o de 1960, desde o censo de 1964:
- 1864, censo com a maior população registada.
- 1960, tinha 1553 habitantes em 356 fogos. Maior população registada depois do censo de 1864;
- 1970, 1310 em 341 fogos;
- 1981, 1626 em 434 fogos;
- 1991, 1596 em 416 fogos;
É uma freguesia bastante dispersa, quase como Manhouce. Bem altos na serra, tem diversos lugares: Granja, Chão de Espinho, Espinho, Adaúfe e Espinheiro, com casas e estruturas características desse meio, com interessantes exemplares da arquitetura local.
Em Espinho, e também Adaúfe, chamam-se atenção de várias cavidades nos muros de suporte das terras lavradias. São abrigos, que essencialmente se destinavam a vigilância das terras e da sua defesa da passarada em alturas cruciais do crescimento das culturas, assim como para abrigo de aguaceiros intempestivos.
No extremo posto, em distância e altitude, três povoações situam-se no vale do Paivó: Ponte de Telhe, Vila Nova do Pisco e Bouceguedim. A primeira deve o seu desenvolvimento às minas de Regoufe e Rio de Frades, pois era ponte de passagem para qualquer delas: é ali que a estrada se bifurca. Para diante, era a estrada «dos ingleses» ou a «dos alemães».
No lugar de Bustelo, a caminho da serra, situa-se a capela da Senhora da Guia, datada de 1750. A igreja matriz, fruto de sucessivas modificações, tem um conjunto de quatro tocheiras que são consideradas verdadeiras obras de arte.” 5
A criação da freguesia de Janarde não foi pacifica e teve contenda na justiça
“A criação desta freguesia foi confirmada em 10 de Dezembro de 1883, por acórdão do Tribunal da Santa Igreja Patriarcal, na sequência da oposição levantada à pretensão dos lugares que pretendiam separar-se de Alvarenga.
A freguesia foi criada com os lugares de Bacelo, Cavoeiro, Janarde, Meitriz, Póvoa, Silveiras e Telhe. Pertencem-lhe ainda, na margem direita do Paivó, o lugar de Vale da Ponte, apenas com duas casas, afastadas de tudo e até uma da outra; e em Ponte de Telhe uma única casa, também na margem direita do rio que é a divisória das duas freguesias.
Também no lugar da Mourinha, perto da sede da freguesia, foi habitado até há poucas décadas. Bacelo e Póvoa estão desabitados. Tanto a sede como Cortegaça são habitadas em permanência por seis pessoas.
A sede da freguesia e os lugares de Silveiras, de Meitriz e fonte Fria são já citados em documentos medievais: «da villa Janardi IIIIª et da villa Meitriz VIª et da villa Covello medietate et de Regaufi IIIIª et de Sorvieras medietate et de fonte Frigida medietate». Sorveiras era a atual Silveiras." 5
São Barnabé padroeiro de Janarde
O orago da freguesia é S. Barnabé, em honra do qual há uma capela no lugar sede, a qual já existia em 1788, segundo se lê no Relatório de Alvarenga, de 24 de Agosto desse ano.
Janarde tem perdido população desde 1960
O censo em que a freguesia se mostrou mais populoso foi o de 1960: 5
- 1960, tinha 400 habitantes em 88 fogos;
- 1970, 254 em 77 fogos;
- 1981, 282 em 78 fogos;
- 1991, 254 em 69 fogos;
A exploração do volfrâmio durante a 2ª Guerra Mundial
“Durante a 2ª Guerra Mundial, foram explorados na área da freguesia 13 minas de volfrâmio. Aliás, é frequente em quase toda a serra encontrarem-se sinais de exploração de minério.
O Rio Paiva banha esta freguesia e delimita-a de Alvarenga. Tem muitos trechos de grande beleza e bucolismo, quer junto a Janarde, quer em Meitriz." 5
Pontos de interesse em Meitriz
- Aldeia de Xisto de Janarde;
- Aldeia de Cortegaça;
- Aldeia de Silveiras;
- Aldeia de Minas de volfrâmio de Rio de Frades;
- Aldeia e minas de volfrâmio de Regoufe;
- Aldeia de praia fluvial da Paradinha;
- Possibilidade de caminhar ao longo das margens do rio Paiva, no Verão;
- Percurso pedestre PR13 - Na Senda do Paivó;
- Percurso pedestre PR14 - Aldeia Mágica de Drave;
- Percurso pedestre PR5-Livraria do Paiva e Icnofósseis de Mourinha em Janarte
- Percurso pedestres PR6- Caminho do Carteiro na dura volta de Rio de Frades
- Aldeias Regoufe, Drave e Covêlo de Paivó;
Pontos de interesse em Janarde
- Janarde – sede da freguesia;
- PR5 – Livraria do Paiva e Icnofósseis de Mourinha - Janarde;
- Uma fauna e flora muito ricas;
- G17 - Livraria do Paiva;
- G18 – Icnofósseis de Mourinha;
- G19 - Meandros do Paiva;
- G20 - Cocheiros do Paiva;
- Caminho da Mourinha;
- Ribeiro da Mourinha;
- Vale do Rio Paiva;
Pontos de interesse em Regoufe – Covelo de Paivó
Próximo de Meitriz fica localizada a aldeia de Regoufe, de onde se parte a caminhar para Drave, embora haja acesso de jipe pelo lado de São Pedro do Sul. Em Regoufe pode visitar o esqueleto das antigas minas de volfrâmio que noutros tempos competiam com a agricultura como modo de subsistência.
- Antigas Minas de Volfrâmio – Regoufe;
- Vale do Rio Paivô;
- PR 13 - Na Senda do Paivô - Regoufe ;
- PR 14 – Aldeia Mágica - Drave ;
Créditos e Fontes pesquisadas
Texto: Ondas da Serra com exceção do que está em itálico e devidamente referenciado.
Fotos: Ondas da Serra.
1 - aroucageopark.pt
2 - aldeiasdeportugal.pt
3 - riopaiva.org
4 - In Infopédia. Porto: Porto Editora, 2003-2010
5 - De M. (1999). O maciço da Gralheira : da Freita ao S. Macário: um guia com algumas crónicas. Câmara Municipal de Arouca.
6 - Roteiro das aldeias de Portugal
7 - Helena, M. (1988). O Mosteiro de Arouca: do século X ao século XIII. Câmara Municipal De Arouca